ZF traz para os automóveis o sistema de direção dos aviões

Steer-by-wire, apresentado na terça-feira, 19, realiza os movimentos nas rodas sem uso da barra de direção

Bruno de Oliveira

Bruno de Oliveira

Steer-by-wire, apresentado na terça-feira, 19, realiza os movimentos nas rodas sem uso da barra de direção

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A ZF apresentou na terça-feira, 19, o seu mais novo sistema de direção para veículos de passeio, o Steer-by-wire, que viabiliza a execução do movimento das rodas dianteiras ou traseiras por meio de comandos eletrônicos, e não mais atráves da barra de direção, como acontece atualmente na maioria dos automóveis.


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O sistema desenvolvido pela fabricante alemã, e que será aplicado por uma montadora já em 2023, utiliza o mesmo conceito do sistema de direção dos aviões mais modernos, o chamado Fly-by-wire, que ganhou vida dentro do departamento de engenharia da fabricante francesa Airbus.

O funcionamento, em linhas gerais, ocorre da seguinte forma: estímulos eletrônicos enviados pelo volante (ou pelo sidestick, no caso dos aviões), que indicam a direção de inclinação, são interpretados por um software que, por sua vez, os retransmite para os componentes que executam mecanicamente o movimento das rodas (ou nos ailerons, novamente no caso dos aviões).

“O sistema encerra a era das conexões mecânicas e possibilita uma nova era de controle de veículos”, disse Wolf-Henning Scheider, CEO da ZF. “A tecnologia Steer-by-Wire da ZF possibilita novos recursos de segurança e conforto, como manobras evasivas de emergência autônomas ou estacionamento em espaços muito confinados.”

A fabricante não revelou qual montadora já utilizará o sistema no ano que vem, mas é certo de que ele também será aplicado em outros veículos, como os comerciais. Ele também poderá ser estendido para outras partes do powertrain veicular, como sistemas inteligentes de suspensão e freios.

Aquecimento para o IAA

Afora o sistema de direção, a ZF apresentou na transmissão online algumas novidades que pretende explorar durante a IAA Transportation, a principal feira de veículos comerciais do mundo, que será realizada em setembro, em Hannover, na Alemanha.

Uma das tecnologias é a transmissão elétrica CeTrax2, para aplicação em caminhões pesados. Outro produto é o ZF Scalar, plataforma de soluções digitais para frotistas. Há também o chassi automatizado Adopt 2.0, sobre o qual podem ser construídos veículos de carga autônomos.

A oferta integra o planejamento de longo-prazo da companhia chamado Next Generation Mobility, que tem forte ligação com a eletrificação veicular. Não poderia ser diferente, considerando que o tema virou meta na maioria dos países europeus e na China, onde a ZF tem forte presença.

O Brasil também integra o planejamento, ainda que tecnologias ligadas à eleterificação avancem em ritmo mais lento do que em outros mercados. Por aqui a empresa mostrou recentemente uma nova versão da caixa Traxon e está no radar da companhia a produção local do eixo trativo elétrico AVE Axtrax.

Muita tecnologia, atenção com os chips

A montadora projeta um futuro próximo ainda marcado pela escassez de semicondutores no mercado global. De acordo com o CEO Wolf-Henning Scheider, a ZF organizou uma espécie de força-tarefa para mitigar os impactos atuais da crise dos chips em suas linhas de montagem, mas reconheceu que o problema persistirá.

“Vai nos causar problemas por algum tempo ainda [a falta de chips]. A industria em 4 e 5 anos teve um grande aumento da procura pelo produto. Nos próximos anos haverá uma procurá 13% maior e isso cria desafios críticos ainda mais para quem desenvolve software como nós. Não vai desaparecer de uma hora para outra. Aqui temos uma variedade de medidas tomadas pela empresa, nao poderia citar uma unica, mas estamos muito próximos da situação do mercado”, finalizou o executivo.