Segundo montadora, deixarão de ser vendidas no país 23 mil unidades no segmento acima de 16 toneladas
A Volvo projeta queda nas vendas no mercado de caminhões em 2023. Pelo cálculos da montadora, o volume comercializado no ano dentro do segmento acima de 16 toneladas, onde atua com modelos pesados e semipesados, será 23% menor na comparação com o resultado de 2022, somando 75 mil veículos.
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As razões apontadas para justificar tal queda, que seria a primeira a ser registrada pelo setor desde 2017, são várias. Desde pressões sobre os custos operacionais, tensões geopolíticas e gargalos na cadeia de suprimentos até cenário econômico e, sobretudo, inflação e juros altos.
“As demandas do agronegócio e da mineração animam e são positivas, mas ainda há muita incerteza no mercado. O frotista está cauteloso para renovar sua frota”, disse Wilson Lirmann, presidente da Volvo na América Latina. “O crédito está caro, e o frotista parece aguardar para ver qual será a política econômica do país.”
Mercado de caminhões: esperança por juros menores do BNDES
A montadora defende mudanças no cenário de juros que possam estimular as vendas de veículos no país. De acordo com Carlos Ribeiro, presidente da Volvo Financial Services, o braço financeiro da montadora, são esperadas alterações nas linhas de crédito do BNDES, possibilidade que já foi até aventada pelo seu presidente, Aloízio Mercadante.
“Ele sinalizou que o BNDES pretende promover alterações no Finame de modo que as linhas de crédito que não são atreladas à Selic possam ficar mais atrativas ao cliente, como é o caso daquelas que são compostas por taxa fixas”, contou o executivo na quinta-feira, 16.
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Apesar da projeção negativa – que inclusive é mais drástica do que a prevista pela Anfavea -, a Volvo afirma que ainda é cedo para tomar medidas de ajuste das linhas de produção de Curitiba à demanda. Isso porque há esperança de que as exportações possam compensar eventuais perdas no mercado interno.
Lirmann afirma que há um bom cenário comercial nos países vizinhos, sobretudo no Chile e no Peru. A empresa também pretende buscar novos contratos em outras regiões, como África e Oriente Médio.
Volvo registrou crescimento em 2022 na região
Na quinta-feira a companhia apresentou o balanço da sua operação em 2022. No Brasil, as vendas de caminhões cresceram 10% na comparação com 2021, somando 24 mil unidades. O resultado posicional o país como o segundo maior mercado global da montadora, atrás apenas dos Estados Unidos.
No Chile a montadora vendeu 1,6 mil unidades, alta de 25%. No Peru, 1,9 mil unidades, alta de 17%. Já na Argentina, as vendas somaram, em 2022, cerca de 733 unidades, queda de 12%.
Já as vendas de chassis de ônibus no Brasil contabilizaram 658 veículos, resultado que representou alta de 80% sobre aquele verificado em 2021. Na América Latina as vendas somaram 1,9 mil unidades, alta de 94%.