Vendas dos elétricos VW ID.3 e ID.4 no Brasil só começam daqui um ano

Empresa afirma que é preciso preparar infraestrutura e rede de serviços

Pedro Kutney

Pedro Kutney

Empresa afirma que é preciso preparar infraestrutura e rede de serviços

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A Volkswagen já tinha apresentado virtualmente à imprensa brasileira em setembro passado os seus modelos elétricos ID.3 e ID.4, lançados no último ano na Europa. A fabricante importou poucas unidades para o Brasil e começou este mês a demonstrar fisicamente os dois carros a jornalistas, influenciadores, concessionários e clientes. Mas ainda demora pelo menos um anos antes que ambos comecem a ser vendidos por aqui.

Pablo Di Si, presidente da Volkswagen Brasil e América Latina, afirma que “a ideia é começar a vender [os modelos elétricos] só no fim de 2022 ou começo de 2023”. Segundo ele, o ID.3 e o ID.4 que estão rodando por aqui são para demonstrações e desenvolvimento de possíveis adaptações para o mercado brasileiro, dentro do plano de se alinhar a subsidiária brasileira com a estratégia global da empresa “Way to Zero”, que prevê investimentos de € 73 bilhões e o lançamento até 2030 de 130 novos veículos eletrificados, 70 elétricos e 60 híbridos. 

No Brasil, a previsão é lançar seis modelos eletrificados da marca até 2023 – o primeiro deles, apresentado no fim de 2019, foi o Golf GTE com powertrain híbrido plug-in que pode rodar até 50 km em modo elétrico, mas o carro sequer consta no catálogo de vendas da marca.

“Eu poderia começar a importar e vender os carros elétricos agora, estão disponíveis, a produção em larga escala na Alemanha já começou em 2020. Mas antes é preciso sentir o mercado, criar o ambiente para eles, ampliar a infraestrutura de recarga e preparar toda a rede de serviços para atender os clientes. Não temos ambição de grandes vendas, no Brasil os elétricos ainda são uma opção de nicho, por enquanto”, explica Pablo Di Si.

Os preços para o Brasil de ID.3 e ID.4 ainda não são conhecidos, até porque dependem muito da volátil taxa de câmbio brasileira, mas ninguém espera valores menores de R$ 200 mil a R$ 300 mil entre a opção mais barata e a mais cara, o que é um limitador natural do volume de vendas por aqui.

Nova família de elétricos

O hatch ID.3 e o SUV ID.4 são representantes da nova família de veículos elétricos da Volkswagen construídos sobre a plataforma MEB, especialmente projetada com powertrain alimentado por baterias, que começaram a ser produzidos na Alemanha e vendidos na Europa a partir de 2020. Sobre a MEB ainda serão montados o SUV-cupê ID.5 e o ID.Buzz, espécie de Kombi elétrica.

Silenciosos, potentes e tecnológicos, os dois modelos usam o mesmo motor elétrico instalado no eixo traseiro, de 204 cavalos e torque máximo (e imediato) de 310 Nm, que garante uma tocada bastante esportiva a ambos – ainda que não tenha sido possível testar o desempenho no trânsito travado de São Paulo. 

Ambos têm o mesmo entre-eixo de 2,77 metros, mas diferem nas dimensões externas, principalmente no comprimento, de 4,58 m no ID.4 e 4,26 m no ID.3, o que reflete no volume do porta-malas, de 543 e 385 litros, respectivamente. 

O fino banco de baterias instalado sob o assoalho tem maior capacidade no ID.4, com 77 kWh e autonomia de até 522 km, enquanto no ID.3 essa relação cai para 58 kWh e 426 km. 

Por dentro, ID.3 e ID.4 são bastante confortáveis e têm acabamento caprichado. Também são equipados com as mais modernas tecnologias de conectividade e assistência à direção, incluindo frenagem automática de emergência (AEB), controle de velocidade de cruzeiro adaptativo (ACC) e assistente de permanência em faixa (LKA).