Governo e indústria acreditam que a modalidade comercial poderá proporcionar mais descontos no preço ao consumidor final
Afora a redução das alíquotas dos impostos federais IPI e PIS/Cofins anunciados pelo Governo Federal para reduzir o preço dos veículos no país, surgiu também uma outra ferramenta que poderá aumentar o corte no preço final dos modelos abaixo dos R$ 120 mil: a venda direta ao cliente pessoa física.
Hoje, apenas os clientes pessoa jurídica praticam a modalidade direta das vendas – uma modalidade que, inclusive, sustenta atualmente as vendas de veículos novos no país. Pelos cálculos da Anfavea, a associação que representa as montadoras instaladas no país, cerca de 50% de todos os licenciamentos hoje em dia acontecem dessa forma.
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“A redução de preço poderá ser ainda maior na ponta com o uso da venda direta para pessoa física”, disse na quinta-feira, 25, Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea.
Com a venda direta, as montadoras conseguem vender veículos com descontos maiores ao consumidor, uma vez que são retirados do preço final margens e custos que surgem quando há intermediação via concessionárias. Esse quadro, inclusive, gera polêmica entre montadoras e distribuidores concessionários há algum tempo.
Isso porque a concessionária “perde a venda”, ou seja, deixa de obter ganhos com a montadora vendendo diretamente para o cliente final – ainda que um veículo vendido por meio da venda direta passe pela estrutura da concessionária antes de chegar ao seu destino.
De toda forma, a venda direta para pessoa física pode reduzir o preço para além das possibilidades que podem ser geradas apenas com a redução tributária. O quanto pode haver de incremento nesse processo de viabilização do carro popular ainda é tema de estudo por parte das montadoras e do Ministério da Fazenda.