Veículos da Stellantis sairão da fábrica de Pernambuco só com etanol

Montadora faz até evento com presença do vice-presidente da República para atrair holofotes

Fernando Miragaya

Fernando Miragaya

Montadora faz até evento com presença do vice-presidente da República para atrair holofotes

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Montadora no país adora arranjar um jeito de atrair holofotes até pelos motivos mais simples. Desta vez foi a Stellantis, que convidou o vice-presidente da República para um movimento em sua fábrica de Pernambuco que poderia se resumir a um comunicado.

Geraldo Alckmin, também ministro do desenvolvimento, indústria, comércio e serviços, esteve no Polo Industrial de Goiana (PE) para o anúncio de que a partir de agora todos os veículos flex da fabricante feitos por lá serão abastecidos com etanol. 


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Jeep Renegade, Compass e Commander, além da Fiat Toro com os motores turboflex T270, produzidos pela Stellantis em Pernambuco só conhecerão álcool no tanque – pelo menos até serem vendidos. A iniciativa será expandida para as unidades da montadora em Minas Gerais e Rio de Janeiro já a partir de 2025. 

A mudança se enquadra no plano da Stellantis de ser neutra em carbono até 2038. Afinal, o etanol é apontado como combustível 85% menos poluente do que a gasolina.

Mas também não deixa de ser uma forma de a Stellantis fazer uma espécie de lobby indireto junto ao governo. Incentivar a produção e o consumo de etanol combustível ajuda – e muito – a empresa e outras montadoras instaladas no país a atingirem suas metas de descarbonização. O que pode até justificar o alarde de tal anúncio. 


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“O plano estratégico global da empresa prevê a completa descarbonização de todo o ciclo de produção até 2038, com uma redução de 50% já em 2030. Para atingir o objetivo, a Stellantis identificou que essa era mais uma mudança a ser feita para avançar com a descarbonização”, explica Emanuele Cappellano, presidente da Stellantis para a América do Sul.