Veículos brasileiros perdem participação no Chile e Colômbia

Montadoras observam volumes de modelos produzidos no país caírem nos mercados vizinhos enquanto buscam novos acordos comerciais

Bruno de Oliveira

Bruno de Oliveira

Montadoras observam volumes de modelos produzidos no país caírem nos mercados vizinhos enquanto buscam novos acordos comerciais

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As exportações de veículos Made in Brazil encerrou o quadrimestre em queda, mantendo, portanto, um perfil que já se arrasta há bastante tempo. As montadoras alegam dois fatores para a composição do quadro desfavorável. Retração em mercados vizinhos e perda de participação dos modelos brasileiros.


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-Exportações de veículos cresceram 13% no primeiro trimestre


Dados divulgados pela Anfavea, a associação dos fabricantes instalados no país, mostram que pelo menos nos dois maiores deles os volumes diminuíram. Os embarques de automóveis para a Argentina tombaram 18% até abril, somando 38,4 mil unidades. No caso do México, a queda foi de 26%, com 30 mil unidades exportadas.

A própria entidade já vinha alertando que o México, que era o mercado que vinha garantindo bons volumes às exportações brasileiras nos últimos meses, tinha invertido a chave, ou seja, estava pedindo menos carros brasileiros do que de costume.

Sobre a Argentina, o velho roteiro. Não apenas o mercado doméstico está em retração por causa do cenário econômico no qual se encontra o país, como também a crise agora passa também pelas linhas de montagem instaladas por lá. Já há relatos de demissões e greves em algumas fábricas.

No entanto, o que mais parece preocupar as montadoras instaladas aqui é a perda de participação de mercado dos modelos brasileiros em outros países vizinhos, como Chile e Colômbia. No quadrimestre, as exportações para o chile foram 42% menores, e para a Colômbia 49% menores na comparação com o janeiro-abril de 2023.

Nestes casos, a Anfavea afirma que a presença de modelos produzidos na China aumentou de forma exponencial nos últimos anos, fazendo com que os automóveis brasileiros perdessem a concorrência em alguns segmentos.

O fato é que o país segue na luta para costurar acordos bilaterais para proporcionar um futuro um pouco melhor para as exportações brasileiras de veículos. Em abril, uma comitiva formada por representantes do governo e da indústria estiveram na Colômbia em busca de oportunidades.

Brasil ainda espera respostas dos colombianos

Segundo Igor Calvet, que é o diretor executivo da Anfavea, ainda é cedo para dimensionar um reflexo positivo nas exportações brasileiras após o encontro.

“Falamos sobre aumento das cotas e harmonização regulatória, mas ainda não obtivemos respostas do lado colombiano dos pleitos que nós fizemos”, disse Calvet na quarta-feira, 8, durante a coletiva de resultados da entidade.

Enquanto espera por respostas, o setor automotivo nacional amargou um faturamento menor no quadrimestre com as exportações. Entraram no caixa das montadoras US$ 3,4 bilhões, 10% a menos do que no quadrimestre do ano passado.