Alíquota pode chegar a 38% para empresas que não colaborarem com investigação promovida pela UE
Depois do pacotão de Joe Biden, chegou a vez da União Europeia elevar a taxação de carros elétricos chineses.
Na quarta-feira, 12, a UE disse que vai impor tarifas mais elevadas porque os esses veículos importados se beneficiam “fortemente de subsídios injustos” e também “representam uma ameaça” à economia local.
As tarifas adicionais são o resultado de uma investigação da UE iniciada em outubro de 2023. As taxas são provisórias, por enquanto, mas serão introduzidas de forma definitiva a partir de 4 de julho no caso de negociações infrutíferas com as autoridades chinesas para se chegar a uma resolução.
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“O influxo de importações chinesas subsidiadas a preços artificialmente baixos representa, portanto, uma ameaça de prejuízo claramente previsível e iminente para a indústria local”, informou a UE em nota.
O Ministério do Comércio da China disse, também por meio de nota, na terça-feira, 11, que a decisão da UE carecia de base jurídica e a classificou como um ato protecionista.
“As conclusões divulgadas na decisão da UE carecem de base factual e jurídica”, afirmou o ministério. “A UE ignorou que a vantagem da China no segmento se baseia na concorrência aberta e desrespeitou as regras estabelecidas pela Organização Mundial do Comércio”, acrescentou.
“Esta medida da UE não só prejudica os direitos e interesses legítimos da indústria de veículos elétricos da China, mas também irá perturbar e distorcer a cadeia de abastecimento da indústria automóvel global, incluindo a UE”, termina a nota.
Tarifa será de 38% em alguns casos
O bloco impôs, portanto, uma tarifa de 38,1% aos produtores de veículos elétricos a bateria (BEV) que não cooperaram com a sua investigação, e uma tarifa inferior de 21% aos fabricantes de automóveis no país asiático que cumpriram a determinação.
A principal fabricante chinesa de carros elétricos, a BYD, foi atingida com uma alíquota de 17,4%, e a Geely recebeu uma tarifa de 20%. A UE também impôs uma taxação de 38,1% à empresa automobilística SAIC. Todos as três montadoras foram incluídos na amostra da investigação da UE, que está em curso. A Tesla ficou de fora.
A França esteve entre os defensores de taxas mais elevadas, argumentando que a Europa precisa se defender contra as práticas de produção chinesas e os pesados subsídios.
A Alemanha, por outro lado, tem sido mais crítica em relação à medida, afirmando que ela poderá desencadear uma guerra comercial mais ampla.