Toyota faz parceria por hidrogênio a partir do etanol

Acordo com Shell, além de outras empresas e meio acadêmico, prevê produção do combustível a partir de fonte renovável

Fernando Miragaya

Fernando Miragaya

Acordo com Shell, além de outras empresas e meio acadêmico, prevê produção do combustível a partir de fonte renovável

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A Toyota estabeleceu uma parceria com empresas e instituições de ensino e profissionalizantes para desenvolver hidrogênio no Brasil a partir do etanol. O acordo envolve, além da montadora japonesa, Raízen, Hytron, Universidade de São Paulo (USP), Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) e o Senai CETIQT.

A parceria pretende produzir hidrogênio como combustível a partir do etanol. Pelo cronograma, uma unidade com capacidade para gerar 4,5 kg/h de hidrogênio será instalada no campus da USP, na cidade de São Paulo, com início de operação no primeiro semestre de 2024.

Hidrogênio a partir de etanol será usado no Toyota Mirai

O hidrogênio renovável será produzido com o etanol fornecido pela Raízen e tecnologia desenvolvida pela Hytron. O projeto terá suporte do Instituto Senai de Inovação em Biossintéticos e Fibras (ligado ao Senai CETIQT) e financiamento da Shell Brasil, que vai investir cerca de R$ 50 milhões.

Para o desenvolvimento do projeto, a Toyota vai ceder o Mirai, o primeiro carro de produção em série no mundo movido por célula combustível. O veículo será usado em testes com o hidrogênio renovável.

A parceria também tem como objetivo calcular a pegada de carbono do ciclo campo à roda, A ideia é medir as emissões de CO2 na atmosfera, desde o cultivo da cana até o consumo do hidrogênio pela célula combustível do veículo.


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“O Brasil tem potencial para ser o protagonista internacional com a descarbonização da frota. Em um país com forte vocação para biocombustíveis, temos opções prontas para incentivar a economia neste período de transição para uma futura agenda neutra em carbono”, destaca Rafael Chang, presidente da Toyota do Brasil.

Ônibus também usarão hidrogênio proveniente de etanol

Como parte da parceria, o Toyota Mirai será submetido a testes e adaptações no Research Centre for Greenhouse Gas Innovation (RCGI), da USP. O desenvolvimento também prevê testes com três ônibus movidos por hidrogênio a partir do etanol que circularão na Cidade Universitária da USP.

As empresas e entidades envolvidas na parceria ressaltam a questão da matriz energética brasileira e a produção de etanol como fatores de viabilidade do hidrogênio como combustível verde no Brasil.


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“O objetivo desse projeto é demonstrar que o etanol pode ser vetor para produzir hidrogênio renovável, aproveitando a logística já existente da indústria de etanol”, destaca Alexandre Breda, gerente de tecnologia de baixo carbono da Shell.

“A produção local de hidrogênio renovável por meio da reforma do etanol é uma solução eficiente, sustentável e facilmente replicável globalmente, devido ao baixo custo de transporte do biocombustível”, faz coro Mateus Lopes, diretor de transição energética e investimentos da Raízen.