Ex-funcionários expõem dia-a-dia nas fábricas e outros divulgam dados confidenciais de mais de 75 mil pessoas
A Tesla informou, em um aviso de violação de dados apresentado ao procurador-geral do estado do Maine (EUA), que descobriu que dois ex-funcionários vazaram informações pessoais de mais de 75 empregados para uma mídia estrangeira. A informação é do site TC
“A investigação revelou que dois ex-funcionários da Tesla se apropriaram indevidamente das informações em violação das políticas de segurança de TI e proteção de dados e as compartilharam com a mídia”, escreveu Steven Elentukh, diretor de privacidade de dados da Tesla, no aviso.
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Essas informações incluem identificação pessoal, como nomes, endereços, números de telefone, registros relacionados ao emprego e números da Previdência Social pertencentes a 75.735 funcionários atuais e antigos.
Informações pessoais e reclamações de clientes foram vazadas
A Tesla disse que dois ex-funcionários compartilharam os dados com o jornal alemão “Handelsblatt”. O veículo garantiu à Tesla que não publicaria as informações e que é “legalmente proibido de usá-las de forma inadequada”, de acordo com o comunicado.
O “Handelsblatt” informou em maio que a Tesla foi atingida por uma violação “massiva”, com vazamento de dados desde informações pessoais de funcionários até reclamações de clientes sobre seus carros.
A publicação obteve mais de 23 mil documentos internos, apelidados de “Arquivos Tesla”. AO todo, são 100 gigabytes de dados confidenciais.
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De acordo com o “Handelsblatt”, o número do Seguro Social de Musk também foi incluído no vazamento.
A Tesla entrou com ações judiciais contra os funcionários supostamente responsáveis pela violação de dados, que resultou na apreensão dos dispositivos eletrônicos dos empregados.
“A Tesla também obteve ordens judiciais que proíbem os ex-funcionários de continuar usando, acessando ou divulgando os dados, sujeitos a penalidades criminais”, disse a empresa.
Trabalho nas fábricas também afetam imagem da Tesla
Além de vazamento de informações confidenciais, a montadora de Elon Musk enfrenta também danos na imagem após trabalhadores da Tesla compartilharem a experiência de trabalho na montadora durante os trechos de produção “hardcore” em um podcast do “The Verge”.
Em um dos episódios, alguns ex-funcionários falaram sobre como era ver pessoas desmaiar devido ao que diziam ser desidratação – ou dormir no chão de fábrica após turnos de 12 horas.
“O que eu vi foi muita gente dormindo no chão, gente trabalhando 10, 12 horas por dia, seis, sete dias por semana”, disse Carlos Gabriel, ex-funcionário da Tesla, sobre sua experiência na fábrica de Fremont em 2020.
Huibert Mees, engenheiro-chefe da suspensão do Model S que trabalhou na Tesla de 2009 a 2015 antes de partir para a Apple, disse ao “The Verge” que o trabalho era “consumidor”.
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Denis Duran, que começou a trabalhar para a empresa em 2014, disse que se lembra de ter visto outro trabalhador vomitar no chão da fábrica e desmaiar de desidratação. Ele também afirmou que se lembra de um vazamento de esgoto em uma fábrica e que alguns trabalhadores foram instruídos a continuar as atividades.
“Não podíamos acreditar que estava quase passando por nossos pés o esgoto e até perguntamos: ‘Vamos desligá-lo? Isso é ridículo'”, disse Duran no podcast. “Eles disseram: ‘Não, não, isso não vai parar uma linha’.”
Segundo ele, durante o ocorrido a empresa fez um “caminho” em que os trabalhadores pudessem transitar pela fábrica.