Tesla já prepara novo Model 3 com menos componentes

Versão renovada do sedã elétrico deve passar por cortes de produção e vai focar em features valorizados pelos clientes da marca

Marcus Celestino

Marcus Celestino

Versão renovada do sedã elétrico deve passar por cortes de produção e vai focar em features valorizados pelos clientes da marca

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Elon Musk abriu o bolso para comprar o Twitter no fim de outubro. Agora, parece querer segurar a carteira no caso da Tesla. A montadora prepara versão renovada do Model 3, com redução de componentes a fim de cortar custos de produção e focar em recursos que, de fato, importam para seus fiéis clientes.

Segundo fontes ligadas à empresa, além de baratear o processo de montagem, o chamado projeto “Highland” tem como propósito aumentar a relevância do sedã elétrico – há cinco anos no mercado. Isso faria com que o modelo tivesse mais capacidade de encarar concorrentes mais em conta da BYD e da Hyundai, além de futuros lançamentos de outras montadoras.

O redesign do Tesla Model 3 passa por modificações tanto no exterior quanto no interior, de modo similar ao que a montadora fez recentemente com o Model S. No seu modelo mais premium, a empresa de Musk trocou o volante tradicional por um em estilo manche e tornou o habitáculo mais, digamos, minimalista, removendo botões e enfatizando a central multimídia com tela de 17 polegadas.

Além do processo de simplificação do interior, o Model 3 também poderá passar por mudanças no powertrain. A nova versão do sedã elétrico deve começar a ser produzida na China e nos Estados Unidos no último quadrimestre de 2023, disseram fontes ligadas ao projeto à agência Reuters.

Novo Tesla Model 3: simplificar, simplificar, simplificar

Atualmente, o Model 3 é o modelo de entrada da Tesla. Nos Estados Unidos, custa US$ 47 mil em sua configuração mais barata. Embora ainda seja o “pão quentinho” da marca, vem sendo, aos poucos, superado pelo Model Y.


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O sedã adota, desde sua gênese, o mantra de simplificação repetido à exaustão por Elon Musk. Fontes afirmam, porém, que o projeto “Highland” leva a estratégia a um novo patamar. 

Vale ressaltar que o movimento da montadora não pode ser encarado com tamanha surpresa. Seus concorrentes vêm repetindo a fórmula com algum sucesso, e ameaçam mais e mais a hegemonia da Tesla – pioneira no uso de baterias que abdicam de módulos mais caros, por exemplo.

Não à toa, a empresa norte-americana obteve lucro de US$ 9.500 para cada carro vendido no terceiro trimestre, enquanto a Toyota chegou a cerca de US$ 1.300. Os dados foram divulgados pelas próprias montadoras.

Para tentar aulentar ainda mais a margem, a Tesla trabalha, ainda, em uma plataforma para veículos compactos. De acordo com Elon Musk, a arquitetura teria custo 50% menor que a do Model 3. 

“Cada vez mais vemos peças [de carros] que não são necessárias. Já eliminamos muitas peças que não faziam nada”, afirmou Musk em entrevista no início deste mês. Parece que a tendência é “secar” ainda mais.