Maior parte do aporte, R$ 30 bilhões, será aplicado na operação brasileira da montadora
A Stellantis anunciou na quarta-feira, 6, em Brasília (DF), o seu maior investimento na América do Sul. A montadora vai aportar R$ 32 bilhões em sua operação local, que inclui fábricas no Brasil e na Argentina.
A maior parte do aporte, R$ 30 bilhões, será investido na operação brasileira da Stellantis entre 2025 e 2030. Não poderia ser diferente, considerando que o Brasil constitui um dos seus principais mercados globais.
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Segundo o seu CEO global, Carlos Tavares, o investimento financiará a produção de novos modelos, sobretudo aqueles que vão receber as plataformas eletrificadas apresentadas pela montadora em Betim (MG) no ano passado.
O primeiro deles, um veículo equipado com motorização híbrida, será lançado no segundo semestre deste ano, de acordo com Emanuele Cappellano, CEO da montadora na América do Sul.
Stellantis prevê 40 lançamentos em seis anos
Serão 40 lançamentos até 2030, seguiu Cappellano, dentre inéditos no mercado brasileiros e renovação daqueles que já estão disponíveis na oferta da empresa. Além de oito tipos de motores.
O investimento não envolve, pelo menos por ora, ampliação da capacidade produtiva da fabricante no país.
“Não temos nenhuma fábrica saturada no momento. Mas, caso a nossa participação de mercado aumente nos próximos anos, é uma possibilidade utilizar os recursos para ampliar a capacidade das fábricas”, disse Tavares.
Outro fator que poderá demandar um eventual aumento da capacidade produtiva da Stellantis no país são as exportações.
“Nossas tecnologias [para motores] poderão seguir para outros mercados da América Latina, se o governo nos mostrar diretrizes para isso”, completou o executivo.
No Brasil, a Stellantis mantém produção em três fábricas: em Goiana (PE), onde são produzidos modelos Fiat, Jeep e Ram, em Betim (MG), onde são produzidos modelos Fiat, e em Porto Real (RJ), onde são fabricados carros da Peugeot e Citroën.
O aporte anunciado pela montadora era aguardado pelo menos desde 2022, quando o ex-CEO da empresa na região, Antonio Filosa, durante o #ABX22, evento realizado por Automotive Business, antecipou que seria o maior da história do setor automotivo.
CEO nega corrida de investimentos com outras montadoras
A respeito da proporção dos recursos, Carlos Tavares disse que a empresa não está envolvida em uma espécie de corrida com as demais montadoras que mantêm produção no Brasil.
Para o executivo, a eficiência da aplicação dos recursos interessa mais, e que mais importante do que o valor anunciado é a manutenção da saúde financeira da companhia.
Durante a apresentação realizada em Brasília, a empresa informou que no ano passado, no mundo, registrou lucro líquido de € 18,6 bilhões, 11% a mais do que em 2022. A receita saltou 6%, somando € 189,5 bilhões no mesmo período.