Segundo COO da companhia, montadora não vai importar powertrain da Ásia, mas sim produzir localmente
A Stellantis, fruto da fusão das antigas FCA e PSA, completou dois anos de vida em janeiro. Neste novo ciclo, a companhia mostra com cada vez mais clareza as suas ideias sobre a produção local de um carro híbrido, que combine propulsão elétrica com motor flex.
Na terça-feira, 31, Antonio Filosa, COO para a América do Sul, disse que a empresa pretende criar uma estrutura no país para desenvolver a tecnologia. “Não vamos trazer kits [de componentes] importados da Ásia. Nosso foco é no desenvolvimento local. Vamos localizar tecnologias [elétricas] em combinação com o etanol”, informou o executivo.
No ano passado, a empresa iniciou as conversas a respeito do programa Bio-Electro, por meio do qual nascerá o modelo elétrico da Stellantis — ou pelo menos as tecnologias que integram o seu powertrain. Filosa não precisou quando alguma delas entrará em operação comercial.
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Enqaunto os modelos nacionais não chegam ao mercado, a Stellantis faz ofensiva no Brasil com uma série de lançamentos de veículos eletrificados vindos de outros países. Por ora, estão à venda no país nove modelos elétricos ou híbridos, todos importados.
São quatro da marca Peugeot: o e-208 GT, o e-2008 GT, o 3008 Hybrid4 e o furgão e-Expert. Há também o furgão Fiat e-Scudo, o Fiat, 500e, o furgão Citroën ë-Jumpy, o Jeep Compass 4xe e o DS7 Crossback E-Tense.
O plano do grupo automotivo prevê o lançamento de 43 modelos até 2025. São 17 SUVs, nove carros de passageiros, nove vans e oito picapes.
Stellantis lidera mercado brasileiro por mais um ano
A montadora é líder no mercado brasileiro há dois anos. Entre 2021 e 2022 sua fatia de mercado saltou de 32% para 32,9%, com destaque para as performances das marcas francesas do grupo, que também cresceram após a fusão.
“Peugeot e Citroën estão vivendo uma nova era no Brasil e isso é resultado de uma sinergia entre as marcas, do compartilhamento de sistemas e estratégias de trabalho comuns. Tem também as sinergias tecnicas”, contou Filosa.