Stellantis fará híbridos em todas suas fábricas no Brasil, a começar por Pernambuco

Polo Automotivo de Goiana usará plataforma Bio-Hybrid em 2024 e também será a primeira do grupo a produzir elétricos

Fernando Miragaya

Fernando Miragaya

Polo Automotivo de Goiana usará plataforma Bio-Hybrid em 2024 e também será a primeira do grupo a produzir elétricos

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O Nordeste será o ponto de partida para os híbridos flex da Stellantis – e também para os elétricos. A montadora confirmou que os primeiros carros com as novas plataformas Bio-Hybrid serão feitos no Polo Automotivo de Goiana (PE), mas garantiu que todas as suas fábricas no Brasil terão veículos feitos sobre a arquitetura.

A produção dos modelos que vão estrear a base híbrida flex começa em Pernambuco em 2024. Além disso, em comunicado, a Stellantis deixa claro que Goiana também será a primeira planta da empresa no Brasil que irá produzir veículos 100% elétricos – ainda que sem data definida. 


SAIBA MAIS:– Stellantis prevê que 20% do mercado brasileiro será de plug-ins em 2030– Sete anos depois, como está o polo automotivo da Stellantis em Pernambuco– Motor a etanol da Stellantis surge como trunfo nas vendas corporativas


“Nossas tecnologias de descarbonização representam um esforço de nacionalização da produção. Nossa prioridade é descarbonizar a mobilidade, e queremos fazer isto de modo acessível para o maior número de consumidores, desenvolvendo tecnologias e componentes no Brasil”, afirma Antonio Filosa, presidente da Stellantis para a América do Sul, em nota.

Atualmente, a fábrica de Goiana é responsável pela produção dos SUVs da Jeep – Renegade, Compass e Commander – e das picapes Fiat Toro e Ram Rampage. De acordo com a fabricante, a localização das plataformas Bio-Hybrid e BEV (elétrica) vai mobilizar o Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Stellantis.

Parque de fornecedores em Pernambuco dobrará com híbrido da Stellantis

Participarão do desenvolvimento também o Software Center, sediado no Porto Digital, em Recife, e os laboratórios instalados no Polo Automotivo de Goiana. Estão previstas parcerias com universidades do Nordeste dedicadas ao desenvolvimento da eletrônica embarcada e conectividade dos veículos, com ênfase em equipamentos de assistência à condução.

Com a localização das arquiteturas Bio-Hybrid, a Stellantis espera ampliar sua cadeia de fornecedores em Goiana. Hoje, são 38 fabricantes de peças e sistemas, mas a expectativa é que esse número chegue a 50 no curto prazo e a 100, no longo prazo.

“É uma oportunidade de reindustrialização e de reconfiguração da indústria nacional de autopeças, que é diversificada, complexa e muito importante para a economia brasileira”, afirma Filosa.

Bio-Hybrid com cobertura nacional

Nos próximos anos, as demais fábricas da Stellantis também produzirão veículos híbrido-flex. Os polos automotivos de Betim (MG) – onde são feitos quase todos os veículos Fiat – e de Porto Real (RJ) – que reúne produção de marcas Peugeot e Citroën – tambem usarão a plataforma Bio-Hybrid.

As três plataformas híbridas e uma elétrica foram desenvolvidas pelo Tech Center Stellantis na América do Sul, em parceria com fornecedores e pesquisadores. O primeiro sistema que será feito em Goiana é o Bio-Hybrid, que vem a ser um híbrido leve em que uma pequena bateria de 12V faz as vezes de gerador.

Os outros sistemas são o e-DCT (previsto para 2025/26), que vai ser um híbrido convencional. Mas para a frente virá o PHEV, híbrido plug-in, e depois o BEV, o 100% elétrico. A estratégia vai de acordo com a previsão da Stellantis de que, em 2030, 20% do mercado brasileiro será de veículos elétricos e híbridos plug-in.

Bom lembrar que a Stellantis tem um plano global de descarbonização chamado Dare Forward 2030. Além disso, recentemente a discussão dos incentivos para fábricas instaladas pelo Nordeste, Norte e Centro-Oeste considerou a possibilidade de tecnologias de eletrificação entrarem como critério para manutenção dos incentivos