Mesmo com problemas logísticos que afetam o Polo de Manaus, Abraciclo reviu expectativas de crescimento em 2024 para próximo dos dois dígitos
A produção de motos continua a superar índices históricos. No janeiro a setembro o segmento de duas rodas atingiu o melhor nível de produção do país desde 2012 para o período, o que fez o setor rever suas projeções para o ano.
Segundo a Abraciclo – entidade que reúne as fabricantes -, nos nove meses de 2024 a produção de motos no país atingiu 1,32 milhão de unidades. Resultado 11% maior que o mesmo recorte de 2023, o que significou 131 mil produtos a mais.
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Só com os dados de setembro de 2024, foram 144 mil unidades feitas, o que representa alta de 2,7% em relação à produção do mesmo mês de 2023. Já na comparação com agosto houve retração de 12%.
A Abraciclo celebra os números, especialmente devido aos gargalos logísticos. Além de mais uma estiagem severa – para especialistas, pior que a do ano passado -, o que afeta o transport fluvial, problemas no Canal do Panamá, Furacão Milton e as guerras no Oriente Médio e na Ucrânia acabam por afetar o fornecimento de insumos.
Produção de motos não terá paralisações
Mesmo assim, segundo a associação, as montadoras se preveniram, anteciparam estoques e buscaram outras alternativas logísticas para evitar uma interrupção na produção.
“É um cenário que exige atenção, com efeitos climáticos e conflitos internacionais que afetam a logística. Mas a Indústria tem tomado medidas alternativas e não deve haver nenhuma paralisação na produção de motos das nossas afiliadas”, explica Marcos Bento, presidente da Abraciclo.
Também por esta razão, a Abraciclo revê positivamente suas projeções para 2024. A expectativa era de uma produção de motos de 1,69 milhão. Agora, a expectativa subiu para o total de 1,72 milhão no ano. Se confirmada, representará alta de 9,3% em relação ao acumulado de 2023.
“Com o cenário macroeconômico estável, a expectativa é de melhora no último trimestre, especialmente pela injeção do décimo-terceiro salário”, acredita Bento.
Vendas são as melhores em 13 anos e exportações recuam
Os licenciamentos de motos também seguiram o ritmo de recordes da produção. As vendas alcançaram 1,41 milhão no janeiro-setembro, 19% (ou 229 mil unidades) a mais que igual período do ano passado. É o melhor volume do varejo para os nove meses desde 2011.
Em contrapartida, as exportações chegaram a 23,9 mil unidades, 15% a menos que no recorte de 2023. Desta forma, a projeção da Abraciclo, que apontava para um crescimento tímido de 5%, também foi revista para um volume aproximado ao do ano passado.
“Houve problemas logísticos neste primeiro semestre e atrasos de entregas. Acreditamos no cumprimento dos contratos e, com isso, nesse último trimestre vamos atingir o volume projetado de 35 mil unidades”, diz Bento.