Para a Abeifa, a escassez de componentes abalou o resultado de outubro e continuará tendo efeitos ao longo de 2022
A crise dos semicondutores continua fazendo vítimas no mercado interno, mas o segmento de importados foi um dos que mais sofreram em outubro. O mês registrou uma queda de 39,4% nas vendas de modelos importados pela Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa), segundo o balanço divulgado pela entidade nesta segunda-feira, 8.
Foram emplacados 1.597 veículos, bem abaixo das 2.634 unidades de outubro de 2020. Mesmo comparado a setembro deste ano, quando foram comercializados 1.871 veículos, o segmento continua apresentando uma redução das vendas, apesar de menor, de 14,6%.
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Para João Henrique Oliveira, presidente da entidade, a crise dos chips não somente tem sido um dos grandes responsáveis pelo fraco desempenho no mês como deve continuar a afetar o mercado ao longo de 2022.
“Mais uma vez as nossas associadas não conseguiram atender à demanda potencial, por conta da falta de produtos em consequência do abastecimento instável de semicondutores. Infelizmente, a indústria automotiva internacional deve ser impactada por falta de insumos ao longo do próximo ano. Isso tem provocado fila de espera por vários modelos importados”, disse Oliveira.
Apesar de também impactados pela escassez de componentes, os veículos produzidos localmente pelas 11 marcas filiadas à entidade revelam números bem mais favoráveis. Com 4.711 unidades emplacadas, os carros nacionais anotaram em outubro uma expressiva alta de 49,6% em relação a outubro de 2020 e 10,1% frente a setembro deste ano.
Somando as duas categorias, a Abeifa ficou com um saldo positivo. As associadas da entidade comercializaram 6.308 veículos, o que representa pequena alta de 2,6% frente a setembro e 9,1% quando comparado a outubro de 2020.
No seu balanço do mês, a Abeifa também manifestou sua grande preocupação com a renovação da lista de exceção aos veículos eletrificados, cujo imposto de importação é de 0% a 7%, dependendo da eficiência energética do modelo, e que vence no dia 31 de dezembro.
“Vale ressaltar que as associadas à Abeifa têm expressiva representatividade em híbridos e elétricos premium. Se não acontecer a renovação do regime, poderemos ter um 2022 ainda mais difícil, porque paridade cambial do real com o dólar e o euro ainda é muito desfavorável ao importador brasileiro e também porque 2022 será fortemente impactado pelas eleições gerais no Brasil”, afirma Oliveira.