Scania fará no Brasil novo motor Euro 6 com foco em mercados emergentes

Propulsor desenvolvido na Suécia equipará a partir de janeiro os veículos da montadora e será exportado a outros países

Bruno de Oliveira

Bruno de Oliveira

Propulsor desenvolvido na Suécia equipará a partir de janeiro os veículos da montadora e será exportado a outros países

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Dez anos. Este foi o tempo que a Scania usou para desenvolver a nova linha de ônibus Euro 6 que atenderá às demandas de emissões que entrarão em vigor a partir de janeiro do ano que vem. Do projeto até a validação em linha de montagem, a montadora mais do que criou um powertrain a combustão menos poluente. Ela também redefiniu o seu processo de produção voltado às exportações.


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Antes de explicar a razão, é preciso recorrer ao retrospecto. A montadora é conhecida no mercado por ter fábricas que são plataformas exportadoras, ou seja, suas linhas foram construídas para fabricar os mesmos veículos e motores em diferentes partes do planeta. Com a introdução do motor Euro 6 em São Bernardo do Campo (SP), a companhia reforça o papel exportador da unidade em seu contexto global.

“Ainda que exista regulamentação que determina o fim do motor a combustão em muitos mercados, como o Europeu, por exemplo, a operação do Brasil passa a ter condições de atender normas equivalentes à Euro 6 em países com cenário próximo ao do Brasil, como Oriente Médio, Rússia e mercados na África”, disse Aline Rovath, responsável pela implementação do projeto de ônibus Euro 6 no Brasil.

Motor made in Brazil, mas global

A estratégia de companhia evita que aconteça algo que é amplamente discutido, por exemplo, no universo dos veículos leves: a adoção dos veículos híbridos a etanol em vez dos modelos 100% elétricos. Uma vez o parque fabril brasileiro se especializar em uma tecnologia de propulsão que é forte apenas no mercado doméstico, em teoria seriam menores as possibilidades das fabricantes de automóveis buscarem novos negócios no mercado externo.

No caso da Scania, segundo a executiva, isso não deverá ocorrer por causa da aplicação do biogás e do diesel verde, o HVO, em seu novo motor Euro 6 para veículos pesados. “O uso do gás é muito difundido em muitos mercados no exterior, o que nos ajuda a manter elevado o alcance da nossa tecnologia produzida no Brasil”, contou Aline Rovath.

Em outubro a companhia finaliza a expansão da sua fábrica de motores instalada no ABC Paulista. A nova capacidade da fábrica ainda não foi revelada pela empresa, mas está confirmado que ali na unidade remodelada serão produzidos os propulsores Euro 6 que vão atender as demandas globais da empresa.

A fábrica de motores ampliada também passa a ser estratégica para a companhia no contexto da exigência da norma de emissões Proconve P8 (equivalente nacional ao Euro 6) e, principalmente, no âmbito do Grupo Traton, do qual é subsidiária. Será a montadora o braço de desenvolvimento de powertrain do grupo, sendo responsável pelo fornecimento de motores às demais marcas, como MAN, Volkswagen Caminhões e Ônibus e Navistar.