Salto da Toyota no mercado de elétricos passa por nova manufatura

Empresa estaria atualizando seus processos produtivos para fazer veículos zero combustão de forma mas competitiva

Redacao AB

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Empresa estaria atualizando seus processos produtivos para fazer veículos zero combustão de forma mas competitiva

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A maior fabricante de veículos do mundo está disposta a promover mudanças em suas linhas de produção para ganhar espaço no mercado de veículos elétricos, no qual ainda não consegue reinar soberana como acontece hoje no ramo dos veículos a combustão.


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Esse seria um cenário normal no contexto da eletrificação se não estivessemos falando sobre a Toyota. A montadora de origem japonesa que chegou ao topo do setor automotivo global na esteira do sucesso do seu aclamado modelo padronizado de produção, o TPS, ou Toyota Production System.

Em resumo, o TPS reduziu drasticamente os custos de manufatura da Toyota a partir da segunda metade do século 20 com um conjunto de medidas que envolvem reconhecimento e resolução de problemas nas linhas de montagem, abastecimento rápido dos postos de trabalho e processos padronizados.

Acontece que modelos de veículos movidos a bateria demandam modificações na estrutura, digamos, tradicional de produção. De forma que a Toyota deverá atualizar o seu TPS para a nova realidade de manufatura imposta pelos carros elétricos.

Dentre as modificações anunciadas pela montadora está o aumento da presença de ferramentas de virtualização nos projetos de novos veículos e, também, no desenho das futuras linhas de montagem.

Estão previstas também modificações em determinadas áreas da linha, como na parte de armação do chassi – as fagulhas produzidas pela soldagem realizada pelos robôs viram um entrave quando há presença de um conjunto de baterias na plataforma. Os engenheiros terão de resolver isso.

Sem contar que as plataformas dos veículos elétricos serão formados por um número menor de peças.

Para isso, a empresa já tem em seus ativos com as chamadas giga prensas. São equipamentos que estampam peças grandes – as prensas convencionais utilizadas pela maioria das empresas hoje em dia têm limitação de tamanho, o que faz as montadoras desenvolverem plataformas com mais peças.

Outras modificações devem envolver o transporte dos veículos e peças dentro das fábricas. Nas linhas de montagem, em vez de equipamentos movimentarem os modelos ao longo das estações de trabalho, os próprios veículos farão o trajeto de forma “autônoma”.


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O mesmo vale para a movimentação dos automóveis prontos até os pátios: veículos autônomos serão projetados para estocar cada um deles em seu devido lugar.

Esse conjunto de inovações no sistema de produção da Toyota tem um claro objetivo: reduzir drasticamente o custo com manufatura para, em 2026, ter condições para competir em pé de igualdade com a líder do segmento de elétricos, a Tesla.

E isso é crucial para a montadora se considerarmos toda sua jornada na eletrificação – não são raros os comentários de analistas a respeito do tempo que a empresa levou para apresentar uma estratégia clara sobre o tema.

Na visão do mercado, foram anos apostando no desenvolvimento de um powetrain equipado com célula de hidrogênio, enquanto que a Tesla avançou com uma proposta de veículo elétrico plug-in.