Montadora francesa usará a plataforma do Master e tecnologia da chinesa WeRide
O Grupo Renault vai concentrar seus esforços em um micro-ônibus autônomo Nível 4. Segundo Gilles Le Borgne, CTO do grupo francês, a ideia é meio que adiantar as etapas, já que a empresa não fará grandes investimentos no Nível 3 de automação.
As informações são da AutomotiveNews. Conforme o executivo, a Renault já oferece veículos autônomos de Nível 2 “aprimorado”, que inclui recursos como controle de cruzeiro adaptativo e assistência para manutenção de faixa.
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“Permaneceremos no lado seguro e acessível desta linha, mas também queremos trabalhar no Nível 4 para atender às necessidades do transporte público”, disse o executivo.
Segundo ele, o Nível 3, que permite aos condutores fazerem outras coisas até serem solicitados a assumir novamente o volante, é uma linha divisória crucial, porque as montadoras e os motoristas partilham a responsabilidade em um acidente. Até o nível 2, a responsabilidade geralmente é do motorista.
“Somos uma marca popular e não queremos investir no Nível 3 porque é muito caro e muito difícil a sua comercialização.”
Trabalhando com start-up chinesa
Para desenvolver o micro-ônibus autônomo e elétrico, o executivo disse que a Renault trabalhará com a startup chinesa de tecnologia WeRide. As duas usarão a plataforma de veículos comerciais da marca francesa, a mesma que serve ao Master. As vendas devem começar até o fim desta década.
A Renault é acionista da WeRide, que tem 700 veículos em operação, inclusive 300 micro-ônibus, desde 2021. Recentemente, a companhia recebeu licenças para testar seus micro-ônibus autônomos nos Emirados Árabes Unidos e em Cingapura.
Os primeiros autônomos na plataforma do Renault Master
Para Jean-François Salessy, vice-presidente de engenharia avançada de veículos do Grupo Renault, o Nível 4 é o “ponto ideal” para veículos de transporte público autônomos.
“Os carros de Nível 4 operam sem motoristas ou controles, mas apenas em situações definidas. Isso é perfeito para ônibus de 20 a 30 passageiros, porque eles podem viajar em rotas regulares e sem carros”, disse Salessy.
Os primeiros ônibus elétricos autônomos do Grupo Renault também poderão usar uma plataforma EV que está em desenvolvimento com a fabricante de caminhões Volvo como parte da joint venture Flexis.