Renault lançará oito modelos até 2027 para enterrar “era Dacia” de vez

Fabricante francesa pretende acabar com estratégia de baixo custo difundida anos atrás

Vitor Matsubara

Vitor Matsubara

Fabricante francesa pretende acabar com estratégia de baixo custo difundida anos atrás

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A Renault dará início a uma nova estratégia fora da Europa. O CEO da companhia francesa, Fabrice Cambolive, revelou que a marca lançará oito novos modelos até 2027.

O executivo esteve presente na apresentação global do Kardian, realizada no Rio de Janeiro (RJ).

“Além do Kardian, vamos ter cinco novos modelos dos segmentos ‘C’ (médios) e ‘D’. Todos seguirão alguns princípios de nossa estratégia, como manter o DNA da Renault em design e adicionar valor ao complementar nossa oferta”, disse.


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Destes oito modelos, três serão do segmento “C” e dois do “D”, além de dois utilitários – uma picape e um furgão.

Nesta estratégia, a América Latina será um dos quatro hubs globais responsáveis pela produção da nova plataforma CMF-B, ao lado de Turquia, Marrocos e Índia.

Bruno Vanel, VP de performance de produto da marca Renault, deu mais detalhes sobre a base, que já é utilizada na Europa em modelos como o Clio.

“Trata-se de uma plataforma muito flexível e com alto grau de escalabilidade. Ela pode ser aproveitada em uma gama muito ampla de veículos, com comprimento de quatro a cinco metros, incluindo distância entre eixos de quase três metros. Pode ser aproveitada em projetos com motores a gasolina, diesel, flex, gás natural e híbridos, com opções de tração dianteira e quatro por quatro”. 

Brasil estratégico para a nova fase da Renault

Neste cenário, o Brasil ocupa papel importante dentro da estratégia da Renault na América do Sul, uma vez que o Kardian fabricado em São José dos Pinhais (PR) será exportado para diversos mercados da região.

O crossover terá o inédito motor 1.0 turbo de três cilindros, que entrega 122 cv e torque máximo de 22,4 kgfm. Nas versões mais caras, terá câmbio automatizado de dupla embreagem com seis marchas.

O design introduz a nova identidade visual da marca, identificada pelo conjunto óptico dianteiro dividido em duas seções. Atrás, as lanternas em formato de “C” invadem a tampa do porta-malas.
A mudança radical na postura da marca faz parte do plano Renaulution, anunciado globalmente há dois anos.

Atualmente na fase denominada “Revolution”, a empresa pretende enterrar de vez a “era Dacia”, marcada por projetos de baixo custo compartilhados com a marca romena, como os bem sucedidos Sandero e Duster.

“Precisamos nos sobressair e ser genuínos”, ressaltou Gilles Vidal, vice-presidente de design da Renault.

Picape conceitual Niagara é brasileira

O chefe de design sintetiza a nova abordagem por meio de um novo carro-conceito. A picape Niagara ainda está em fase de estudo e foi concebida inteiramente no Brasil – daí a escolha de apresentá-la ao mundo no Rio de Janeiro.

Definida como um veículo “robusto e exagerado”, a picape tem elementos parrudos, como os pneus lameiros que calçam as rodas de 18 polegadas. Antecipa uma possível picape de porte intermediário que poderia rivalizar com Fiat Toro e Chevrolet Montana.