Renault firma parceria com Airbus para desenvolver baterias

Sinergia entre departamentos de engenharia busca acelerar processo de eletrificação das duas empresas

Marcus Celestino

Marcus Celestino

Sinergia entre departamentos de engenharia busca acelerar processo de eletrificação das duas empresas

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Renault e Airbus anunciaram na quarta-feira, 30, parceria para desenvolver baterias. A sinergia deve acelerar o processo de eletrificação tanto da montadora francesa quanto da gigante do setor aeroespacial. 

Inicialmente, o processo colaborativo tem como objetivo otimizar gerenciamento de energia e reduzir o peso das futuras aeronaves híbridas da Airbus. A longo prazo, a Renault será beneficiada especialmente pela maior autonomia das baterias que serão desenvolvidas. De estado sólido, elas têm, em tese, o dobro de densidade de energia que as baterias de íons de lítio.

O trabalho entre as duas companhias estudará ainda o ciclo de vida das baterias, analisando inclusive reciclabilidade e remanufatura. Dessa forma, tanto Renault quanto Airbus poderão avaliar a pegada de carbono do projeto como um todo.

“A aviação é um campo extremamente exigente em termos de segurança e consumo de energia, assim como a indústria automobilística. Movidos pela mesma ambição de inovar e reduzir a pegada de carbono, nossas equipes de engenharia trabalharão em tecnologias transversais, que permitirão operar aeronaves híbridas e desenvolver os veículos de amanhã”, disse Gilles Le Borgne, executivo da área de engenharia da Renault sobre a parceria com a Airbus.

Renault e Airbus: baterias de estado sólido

Atualmente, o pack mais interessante oferecido pela Renault é o presente no Megane E-Tech. O conjunto de baterias do modelo, que chega a 60 kWh em versões de topo, é composto por níquel, manganês e cobalto. A autonomia do veículo, que chega ao Brasil em 2023, é de 454 km no ciclo WLTP.

O desenvolvimento de novas baterias em parceria com a Airbus pode acelerar a estratégia da Renault de “popularizar” seus veículos elétricos. A montadora francesa quer que seus eletrificados nos próximos anos custem menos que modelos a combustão.

A produção de baterias de estado sólido, bom dizer, ainda é algo incipiente. A Toyota, por exemplo, anunciou em 2021 que pretendia usar a tecnologia em futuros veículos elétricos da empresa. A Solid Power, startup norte-americana focada no segmento, iniciou seu projeto-piloto no início deste ano e, assim que concluídos os testes, se comprometeu a enviar amostras da tecnologia para BMW e Ford.