Segundo fontes indicaram, novela, enfim, deve ter último capítulo no próximo dia 6
Parece que, enfim, a novela da aliança entre Renault e Nissan chegará ao seu último capítulo. De acordo com informações exclusivas da agência Reuters, o dramalhão deve ter uma resolução no dia 6 de fevereiro, colocando ponto final em negociação que se arrasta por meses.
Executivos do topo das estruturas organizacionais das duas empresas se reuniram na terça-feira, 24, para aparar as arestas e definir o futuro da aliança. Segundo a Reuters, o encontro se deu de maneira remota.
ENTENDA:
– Por que as duas montadoras voltaram à queda de braço?
No entanto engana-se quem acha que a reunião online foi mais uma cortina de fumaça, diz a agência. Segundo fontes, Renault e Nissan não viram necessidade de um encontro presencial, até porque as conversas vêm “fluindo bem”.
Justamente por isso, Luca de Meo, CEO da Renault, e Jean-Dominique Senard, presidente do conselho da montadora francesa, sequer viajaram para o Japão. Mesmo assim, os boards de Renault e Nissan ainda têm de aprovar as condições estipuladas separadamente.
Um novo formato de parceria entre Renault e Nissan
Inspiradas pelo universo de quadrinhos e filmes de super-heróis, Renault e Nissan pretendem fazer um reboot da aliança. As empresas devem anunciar, inclusive, cinco novos projetos compartilhados para relançar a parceria.
Tais projetos devem abranger manufatura, tecnologia e ampliação dos mercados de atuação, disse fonte à Reuters. A mesma afirmou que a Índia é um destes mercados, mas não colocou o Brasil em pauta.
VEJA TAMBÉM:
– Montadoras se mostram confiantes em acordo sobre aliança
Existe a possibilidade de que, entre esses projetos, estejam acordos previamente anunciados. Um deles é o da produção do sucessor do Nissan Micra (o nosso March) em fábrica da Renault na França.
Outro tópico em questão envolve a Mitsubishi, “parceira júnior” da aliança. Os novos Colt e ASX seriam feitos nas unidades da Renault na Espanha e na Turquia.
Segundo Luca de Meo, a Renault propôs à Nissan colaboração em 10 a 15 projetos. No entanto, os japoneses demonstram preocupação com outros “namoricos” da companhia de origem francesa.
A Renault já revelou que irá firmar parcerias com a chinesa Geely, por exemplo, e com a gigante do ramo de semicondutores Qualcomm. Além disso, tenta obter investimento da saudita Aramco para desenvolver motores a combustão e híbridos.
Para a Nissan, todo esse cenário é preocupante. Os executivos da empresa nipônica acreditam que a Renault pode vazar tecnologias desenvolvidas pela aliança entre as duas para seus novos parceiros.
Já a francesa quer que a Nissan invista em seus novos produtos eletrificados, mas, até pouco tempo, havia resistência por parte dos japoneses. A nipônica, por sua vez, quer que a Renault, sua principal acionista, venda parte de suas ações para deixar a aliança em maior pé de igualdade.
Sobre a divulgação concreta do formato de reestruturação da aliança, tanto Renault quanto Nissan seguem a mesma linha: “sem comentários”. Será que a novela, de fato, tem fim em fevereiro ou teremos, assim como nos folhetins brasileiros, uma prorrogação da trama?