Renault defende imposto zero na importação de veículos elétricos

Na ótica da montadora, as fabricantes com produção local deveriam importar modelos com isenção

Fernando Miragaya

Fernando Miragaya

Na ótica da montadora, as fabricantes com produção local deveriam importar modelos com isenção

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Tratamentos iguais para todas as montadoras e cotas sem impostos para carros elétricos. Durante o lançamento do Megane E-Tech, o presidente da Renault do Brasil, Ricardo Gondo, reforçou o posicionamento da montadora no país em relação aos incentivos e à política tributária de EVs.


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Gondo afirmou que a indústria, junto à Anfavea, a associação que representa as montadoras no país, é a favor de uma volta gradual da cobrança de impostos para carros elétricos. Mas que as empresas com fábricas instaladas aqui teriam uma cota com tributação zero.

Essa cota funcionaria de acordo com o volume produzido localmente. Ou seja, o número de unidades de elétricos importadas sem imposto seria proporcional à quantidade de veículos fabricados no país. Seria uma forma de dar incentivos a quem investe na região. 

“As montadoras fazem altos investimentos e têm um ciclo de produto que é longo. A ideia é que os produtores locais tenham uma cota com isenção”, defendeu Gondo.

O presidente da Renault também falou sobre a polêmica em torno da possível extensão de incentivos às montadoras instaladas no Nordeste e Centro-Oeste. De acordo com Gondo, e sem citar diretamente a Stellantis, isso desequilibra o mercado

“Não defendo o fim de incentivos, defendo isonomia. Lá, ‘eles’ têm dois incentivos e, dentro do acordo, tinha um prazo para término. O que acho que não pode ter é algo que desequilibra o mercado. Queremos ter isonomia e previsibilidade”, explicou Gondo.

Bom lembrar que a Stellantis bate na tecla de que seus incentivos não geraria nenhum desequilíbrio.

Plataforma do Kardian terá mais produtos

Gondo também falou que a nova plataforma CMF-B, que vai estrear com o novo SUV Kardian, vai dar frutos. O modelo será apresentado oficialmente no dia 25 de outubro, mas será apenas o primeiro de uma leva de estreias sobre a mesma base.

A arquitetura faz parte de um investimento total de R$ 2 bilhões, que contempla também a produção do novo motor turbo flex em São José dos Pinhais (SP).

“A última vez que tivemos uma plataforma que originou uma família de carros foi com o Logan. A CMF-B teve investimento grande e a gente quer ter crescimento grande com uma nova família de modelos. Depois do Kardian virão novos carros”, avisou, sem detalhar, obviamente, os modelos derivados do chassi.

Novo ciclo de investimentos da Renault

Com o ciclo de aportes fechado com o lançamento do Kardian, a filial brasileira da Renault já pleitea uma nova fase de investimentos. “Estamos trabalhando um novo ciclo e em breve teremos novidades”, disse.