Quais são e o que fazem os níveis de direção autônoma nos veículos

Metodologia criada pela SAE classifica a tecnologia em cinco grupos

Vitor Matsubara

Vitor Matsubara

Metodologia criada pela SAE classifica a tecnologia em cinco grupos

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O carro autônomo é uma das grandes obsessões da indústria automotiva. Só que, apesar do grande avanço nesta área nos últimos anos, ainda estamos longe de poder entrar em um automóvel sem motorista e viajar com a tranquilidade e segurança que gostaríamos.


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Atualmente, não há veículos 100% autônomos em operação legal pelo mundo. Por ora, a indústria oferece algumas tecnologias de assistência à condução, com as quais é possível comandar velocidade e distância em relação a outro veículo que trafega à frente, acelerando e freando quando necessário.

Tudo isso só acontece por causa de sensores e câmeras que coletam milhares de dados durante a condução e funcionam em conjunto com as coordenadas de GPS para “guiar” o veículo. 

Hoje, a indústria adota o padrão instaurado pela Sociedade de Engenheiros Automotivos (SAE), que criou uma classificação de níveis de condução de automação.

A divisão é realizada em seis grupos, nos quais a dependência humana ao volante cai à medida que o nível aumenta.

Veja quais são os níveis de automação de um veículo:

Nível 0: sem automação de condução

Este nível não prevê autonomia alguma ao volante. Sendo assim, é o motorista quem precisa controlar a direção, acelerar, frear e realizar outras tarefas enquanto dirige para preservar a sua segurança.

Nível 1: assistência ao motorista

Aqui, os carros incorporam sistemas capazes de comandar direção e velocidade, ainda que por poucos segundos.

Estão na lista itens já existentes em muitos carros atuais, como o assistente de permanência em faixa de rolamento, que mantém o veículo centralizado dentro da pista, e o piloto automático adaptativo (ACC, também chamado de controle de cruzeiro adaptativo), capaz de preservar velocidade e distância seguras do carro à frente segundo parâmetros estabelecidos pelo próprio condutor, inclusive em cenários de congestionamento.

Nível 2: automação de direção parcial

Enquadram-se neste grupo os veículos com controles avançados de assistência à condução (ADAS). Nestes, os sistemas comandam direção, aceleração e frenagem em certas condições nas rodovias.

Mesmo assim, o motorista ainda precisa manter as mãos no volante para assumir o controle em uma eventual emergência. São exemplos de nível 2 de automação o Autopilot, da Tesla, e o Pilot Assist, da Volvo.

Nível 3: automação condicional

Eis o nível de automação mais próximo de ser adotado em larga escala na atualidade. Além das assistências à condução, o veículo utiliza conceitos de inteligência artificial para tomar as decisões, inclusive diante de mudanças de cenário ao seu redor. 

Embora os ocupantes possam realizar outras atividades durante a viagem, um motorista humano precisa estar sentado em frente ao volante e alerta para assumir o comando do veículo a qualquer momento.

Nível 4: alta automação

É o grande sonho das empresas que trabalham na evolução da condução autônoma. O motorista pode tirar completamente os olhos da estrada e até dormir enquanto o veículo dirige por conta própria – ainda que apenas em algumas áreas. A ideia é que o veículo seja capaz de evitar um acidente caso o motorista não consiga assumir o controle em uma situação crítica.

Vale ressaltar, porém, que o nível 4 de condução autônoma só atua em determinados cenários e pode ter dificuldades de funcionamento sob condições climáticas adversas.

Essa tecnologia também seria aplicada no transporte público, incluindo táxis e ônibus que realizam pequenos deslocamentos apenas entre dois pontos e com perímetro de circulação limitado. Ainda não há veículos com nível 4 de automação no mercado.

Nível 5: automação total de direção

A classificação mais alta da condução autônoma designa os veículos que se locomovem sem a necessidade de motorista a qualquer lugar e em todas as condições. Até por conta disso, não existe obrigatoriedade de volante nem pedais.

Não há limitação de perímetro para circulação e a única etapa que demanda presença humana é na definição do destino.