Indústria local já fabricou 131,9 mil unidades; comércio eletrônico faz venda de modelos menores subir quase 300%
A produção de caminhões em outubro somou 13,6 mil unidades, anotando pequena queda de 1,7% na comparação com setembro. Já o acumulado dos dez meses teve 131,9 mil veículos, resultado 91,2% mais alto que no mesmo período do ano passado. Os números foram divulgados segunda-feira, 8, pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
O volume produzido de janeiro a outubro é o melhor para o período desde 2013. Os caminhões pesados (com Capacidade Máxima de Tração, CMT, acima de 45 toneladas) responderam sozinhos por 64,9 mil unidades fabricadas nestes dez meses, um crescimento de 95,9% pela comparação interanual. A maior alta, próxima a 300%, ocorreu entre os modelos semileves (com Peso Bruto Total, PBT, de 3,5 a 6 toneladas).
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“Esse crescimento foi certamente puxado pelo comércio eletrônico, mas o volume de semileves produzido é baixo, pouco mais de 1,7 mil unidades, e neste caso qualquer novo lote ou encomenda resulta em uma grande variação”, recorda o vice-presidente da Anfavea, Marco Saltini.
A menor alta por segmento, de 84,3%, ocorreu para os caminhões leves (com PBT de 6 a 10 toneladas), com 20,7 mil unidades produzidas em dez meses.
Greve no porto preocupa fabricantes
Além da escassez de semicondutores, as montadoras têm agora um desafio extra, uma greve de caminhoneiros iniciada no dia 1º no Porto de Santos (SP), por onde chegam componentes que abastecem as linhas de montagem. Segundo a Anfavea, montadoras passaram o fim de semana tentando desembaraçar contêineres.
“As fábricas de caminhões e ônibus também podem ser afetadas pela greve e parar sua produção. Quem importa por Santos corre esse risco”, estima Saltini. Essa é mais uma dificuldade a enfrentar, além da escassez de semicondutores, que demandou esforço extra das equipes de logística das montadoras durante todo o ano.
Exportações cresceram quase 90%
Em outubro as fábricas enviaram ao mercado externo 2,3 mil caminhões, 16,6% a mais que em setembro. E nestes dez meses o total foi de 18,9 mil veículos, indicando crescimento de 86,4% na comparação com iguais meses de 2020.
“Os principais mercados para o setor são a Argentina, Chile e Peru”, recorda o vice-presidente da Anfavea. O maior volume exportado é o de modelos pesados, 9,4 mil unidades, 79,6% a mais pela comparação interanual. Para os semipesados (com CMT até 45 toneladas) essa alta foi de 86,5%, com 5,2 mil unidades embarcadas em dez meses.
Mercado interno já absorveu mais de 106 mil unidades
De acordo com os dados divulgados pela Anfavea, em outubro foram emplacados no País 11 mil caminhões, total 5% menor que o de setembro, que teve um dia útil a mais. “Mas a média diária de emplacamentos em ambos os meses foi quase a mesma, 553 em setembro e 552 em outubro”, afirma Saltini, que recorda ainda que este foi o melhor outubro em sete anos.
O acumulado de janeiro a outubro já teve 106,3 mil caminhões licenciados, registrando alta de 50,4% na comparação com iguais meses de 2020. Este é também o maior volume de vendas para o período desde 2014.
Assim como em produção e exportação, todos os segmentos anotaram alta nas vendas em comparação com iguais meses do ano passado. Agronegócio, mineração, indústria e comércio continuam motivando as vendas do setor. A maior alta, 60,3%, ocorreu para os caminhões semileves, que anotaram 5,9 mil unidades entregues de janeiro a outubro.
O maior volume de vendas permanece com os pesados. Sozinhos eles responderam por mais da metade de todos os caminhões vendidos no ano: 54,7 mil, 56% a mais a mais pela comparação interanual.