Primeiro veículo híbrido da Stellantis será um modelo de volume, diz CEO

Montadora apresentou na segunda-feira, 31, três tipos de arquiteturas com motor híbrido e uma 100% eletrificada

Bruno de Oliveira

Bruno de Oliveira

Montadora apresentou na segunda-feira, 31, três tipos de arquiteturas com motor híbrido e uma 100% eletrificada

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Já não é de hoje que a Stellantis vem dando sinais de que construirá uma oferta de veículos no país cujo apelo será o da redução de emissões de CO2 por meio de motores híbridos flex. Na segunda-feira, 31, na fábrica de Betim (MG), a montadora mostrou as três cartas com as quais pretende jogar o jogo da descarbonização já a partir do ano que vem.

A primeira delas é um powertrain equipado com sistema híbrido simples. Um motor elétrico alimentado por bateria do tipo íon-lítio de 12 volts viabiliza que o conjunto a combustão reduza as emissões, uma vez que proporciona o acionamento mecânico sem a queima do combustível por algum tempo após a partida. Na prática, ele substitui o alternador e o motor de partida.


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Segundo o CEO Antonio Filosa, a montadora pretende inserir este conjunto em algum modelo de volume da Stellantis já no ano que vem, sem citar qual especificamente. Mesmo que ainda seja preciso realizar testes, além de definir a sua aplicação, há tempo para que este modelo híbrido chegue em 2024. Isso porque, segundo o executivo, a instalação do conjunto não requer alterações nas plataformas atuais.

O segundo sistema de propulsão apresentado pela montadora em Betim tem um nível maior de hibridização. O e-DCT, como foi chamado, tem um motor elétrico alimentado por uma bateria de 48 volts. Na comparação com o primeiro, este emprega torque na transmissão por meio de um dos atuadores elétricos. O sistem é similar ao empregado pela Toyota no SUV Corolla Cross.

Já a terceira plataforma é do tipo PHEV, sigla em inglês que indica que o modelo é do tipo plug-in, ou seja, tem emprego de recarga externa da bateria que alimenta o conjunto elétrico — nos dois primeiros tipos, a recarga é feita apenas pelos próprios motores. O híbrido plug-in tem bateria de 380 volts e um motor elétrico acoplado ao eixo traseiro do veículo, além do motor flex.

Afora estes três modelos de motorização, a Stellantis também apresentou arquitetura veicular equipada com um powertrain 100% elétrico, alimentado por uma bateria de de 400 volts.

A ideia é que todos eles sejam produzidos no Brasil, ainda que, em alguns casos, como o do modelo 100% elétrico, seja preciso criar uma cadeia de fornecedores locais para abastecer as linhas, o que deverá estender um pouco o cronograma de lançamento.

A montadora também trabalha com a possibilidade de combinar estes conjuntos com o seu propulsor movido a etanol, também apresentado na segunda-feira, 31, o que reduziria ainda mais o nível de emissões dos veículos.


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“O governo não dará incentivos para a compra de veículo a etanol, ele interpreta que o flex já desempenha este papel de descarbonização. De qualquer forma, acreditamos que este combustível pode reduzir de forma mais rápida as emissões de CO2 na atmosfera”, disse Filosa na oportunidade.

Além de posicionar o etanol como agente redutor de emissões, a Stellantis pretende com ele criar uma alternativa de veículo limpo mais barato na comparação com modelos eletrificados, mirando as demandas do segmento de frotas corporativas.