Por mais exportações à Colômbia, montadoras sugerem mudanças em acordo bilateral

Demanda por veículos no fluxo comercial entre os dois países teria extrapolado a cota de 50 mil veículos/ano

Bruno de Oliveira

Bruno de Oliveira

Demanda por veículos no fluxo comercial entre os dois países teria extrapolado a cota de 50 mil veículos/ano

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As montadoras de veículos articulam meios para aumentar a cota de exportação de veículos para a Colômbia. O país mantém desde 2017 acordo bilateral com o Brasil no setor automotivo.

Pelo acordo, o Brasil pode exportar até 50 mil veículos por ano para a Colômbia. Os embarques, feitos com isenção do imposto de importação, iniciaram com uma cota de 12 mil unidades em 2017, subindo para 25 mil unidades no ano seguinte, até chegar no teto, em 2019.

Exportações de olho em demanda na Colômbia 

De acordo com fonte ligada às montadoras, a demanda por veículos que existe no fluxo comercial Brasil-Colômbia supera as 50 mil unidades/ano desde 2021.

Naquele momento, aponta o interlocutor, as montadoras solicitaram ao governo uma espécie de crédito para exportar mais naquele ano: as cotas que não foram utilizadas em 2020, por causa da pandemia, foram adicionadas ao volume exportado para a Colômbia em 2021, atendendo, portanto, a demanda maior.


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A demanda alta seguiu em 2022 e agora, no início de 2023, apontou a fonte. O que levou as fabricantes, via Anfavea, a buscarem em Brasília (DF) articulação para que a mudança que julgam necessária na cota estabelecida seja feita no texto do acordo, que tem vigência até 2024. 

Procurada, a Anfavea afirmou que “tem interesse em ampliar as exportações de veículos para todos os mercados da região, inclusive a Colômbia”, e que naquele país “há potencial de crescimento se a cota de veículos exportados com imposto zero for ampliada”. A entidade informou, ainda, que “todos os esforços nesse sentido serão feitos para atender às suas associadas”.

As vendas de veículos estão aquecidas na mercado colombiano. Dados da Andemos, a entidade que representa o setor automotivo local, mostraram que no ano passado foram vendidos no país 263 mil veículos, volume que superou em 5% as vendas realizadas em 2021.

Há importante crescimento nas vendas de veículos híbridos e elétricos naquele mercado. E seriam exatamente estes os segmentos que demandam volume de exportação a mais de veículos produzidos no Brasil.


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“A Toyota, por exemplo, tem exportado um volume grande de veículos híbridos para a Colômbia, que é um mercado aberto, mas que viu nos veículos brasileiros com este tipo de tecnologia uma oportunidade logísitca mais interessante do ponto de vista do custo”, contou a fonte à reportagem.

O levantamento da Andemos mostra que foram vendidos na Colômbia 28 mil modelos eletrificados no ano passado, 57% a mais do que em 2021. Desse total, mais de 24 mil unidades foram de modelos híbridos.

Vale ressaltar que eventuais modificações no acordo também dependem da chancela do governo colombiano e seu eventual interesse em aumentar suas exportações ao Brasil. No país vizinho, a produção local se resume a uma fábrica que produz veículos Renault, por meio da parceira local Sofasa, e uma outra unidade da General Motors, onde é montado o Chevrolet Joy e, talvez no futuro, modelos elétricos