No Up Next, executivos do setor automotivo valorizam iniciativas próprias e cobram mais participação do poder público para ampliar eletrificação
A redução do uso de veículos com motor a combustão é uma das bases para a transição energética de baixo carbono. Por isso, diversos países estipularam metas para zerar suas emissões com medidas como a proibição da venda desses carros nos próximos anos.
O setor automotivo assumiu papel importante nessa jornada, com players que têm investido pesado na eletrificação e em infraestrutura para viabilizá-la.
Executivos da indústria automotiva e de mobilidade mostraram que tornar a eletrificação uma realidade no Brasil não é um bicho de sete cabeças como pode parecer e apontaram os caminhos para isso durante o Up Next, promovido por Automotive Business nesta semana. O evento online reuniu especialistas para debater as ações necessárias hoje para viabilizar os passos futuros do segmento.
Em defesa da matriz energética nacional
Ricardo Bastos, diretor de relações institucionais e governamentais da GWM Brasil, destacou que a riqueza em energias renováveis faz do Brasil um polo de oportunidades para os players investirem em tecnologia.
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“O Brasil tem uma matriz energética limpa que entrega descarbonização e um benefício muito grande para a sociedade. O que temos a agregar é a tecnologia para usá-la. Temos a oportunidade de trazer várias tecnologias para o país e não podemos descuidar também da infraestrutura e dos custos”, afirmou.
A montadora chinesa e o governo de São Paulo firmara, no dia 25, um acordo para o desenvolvimento conjunto de projetos para a introdução de frotas com veículos movidos a hidrogênio no estado.
A parceria prevê o estudo conjunto de uma rota logística para veículos a hidrogênio. Além da busca por parceiros para o fornecimento de combustível a partir de fontes renováveis, como o etanol.
Meta de 10 mil postos para veículos elétricos até 2025
Para Fernando Pfeiffer, diretor de estratégia de EVs da 99, os investimentos das fabricantes em veículos elétricos e em infraestrutura, como rede de carregadores não podem ser independentes. Ou seja, um depende do outro para que a eletrificação seja, de fato, uma realidade.
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O executivo citou como exemplo a Aliança pela Mobilidade Sustentável, iniciativa encabeçada pelo aplicativo de transporte particular e que reúne várias empresas para impulsionar a infraestrutura para veículos sustentáveis no país.
Em agosto de 2022, a Movida (um dos players da aliança) passou a oferecer até 50% de desconto para motoristas da 99 alugarem carros elétricos. Já em dezembro, a Vibra e a EZVolt (também integrantes do projeto) inauguraram o primeiro posto totalmente elétrico do Brasil na Zona Leste de São Paulo.
“Os motoristas contam com tarifas especiais para ajudar na promoção da democratização não só na disponibilidade do produto como na infraestrutura de carregadores. A gente acredita que, com essa união de empresas, podemos contribuir para a criação de dez mil estações públicas de carregamento até 2025”, pontuou.
Maior participação do poder público
Apesar dos esforços do setor automotivo em liderar projetos que impulsionam a eletrificação, as empresas cobram maior atuação dos governos para regulamentar a infraestrutura e implementar políticas que reduzam os custos dos veículos de novas propulsões.
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“Baratear o acesso aos veículos elétricos é algo que precisa ser feito e não adianta ter o carro sem o lugar para carregar. Muitas empresas disponibilizam fabricação nacional dos equipamentos, o que reduz o custo, mas o poder público pode ajudar mais facilitando a instalação nas cidades”, defendeu Bastos.
Segundo o diretor de relações governamentais da GWM, o estado não precisa investir financeiramente, pois o setor privado já faz isso. Ele reforçou a importância de acelerar a regulamentação e criação de mais incentivos econômicos.
“O primeiro passo é exonerar um pouco mais o veículo e por um tempo limitado, não precisa ser para sempre. O IPVA, por exemplo, poderia ser isento por pelo menos cinco anos. Isso faz a tecnologia se tornar mais acessível e ganhar escala”, concluiu.
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