Produção de motos no 1º semestre atinge maior volume desde 2014

Fábricas em Manaus superam as 760 mil unidades no período e preveem crescimento anual acima de 10%

Mario Curcio

Mario Curcio

Fábricas em Manaus superam as 760 mil unidades no período e preveem crescimento anual acima de 10%

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A produção de motos no primeiro semestre somou 764,3 mil unidades, indicando alta de 13,9% sobre o mesmo período do ano passado. Este foi o maior volume produzido de janeiro a junho desde 2014. Os números foram divulgados na segunda-feira, 10, pela Abraciclo, associação que reúne fabricantes do setor de duas rodas em Manaus (AM).

A demanda elevada no mercado interno levou a entidade a revisar para cima a projeção anual de 1,55 milhão para 1,56 milhão de motocicletas. Se confirmada, essa produção será 10,4% mais alta que a de 2022.


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Os números do primeiro semestre só não foram mais altos por causa de junho, o pior mês do ano, com apenas 95,3 mil motos fabricadas. O motivo foram as férias coletivas concedidas entre a última semana daquele mês e a primeira de julho.

Exportações de motos ficarão abaixo de 50 mil motos

A queda nas exportações também foi um dos motivos para essa projeção conservadora da Abraciclo para a produção. Até junho foram vendidas ao mercado externo 20,6 mil unidades, resultando em queda próxima a 18% na comparação com a primeira metade de 2022.

Se no início do ano as associadas previam 59 mil embarques e alta de 6,7% para 2023, essa expectativa anual foi reduzida para 49 mil, com retração prevista em 11,5%. Os maiores destinos das motos brasileiras permanecem a Colômbia e Argentina, para onde as exportações cresceram. Já as vendas para os Estados Unidos (terceiro maior mercado) caíram 40,4% no semestre.


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“Um dos principais fatores para a queda nas exportações é a falta de harmonia entre as legislações de emissões do Brasil e de outros mercados da região”, afirma o presidente da Abraciclo, Marcos Bento. O programa em vigor no Brasil (Promot 5) é mais rigoroso que os da região e encarece as motos. Outros problemas que atrapalham as vendas externas são a falta de competitividade com motos asiáticas e a dificuldade logística para exportar a partir de Manaus.

Reforma tributária agrada montadoras

O texto da reforma tributária deve garantir a manutenção da competitividade da Zona Franca de Manaus, onde atuam quase todas as fábricas de motos instaladas no Brasil. Sobre a possibilidade de algum dos pontos da reforma desagradar montadoras e fornecedores de componentes, Marcos Bento responde: “O texto aprovado sob a ótica dos fabricantes instalados na Zona Franca de Manaus foi muito positivo porque garante os benefícios [da Zona Franca] até 2073. E além disso foi incluído um dispositivo que trata da competitividade das indústrias ali instaladas.”