Para 2024, ritmo será melhor com mercado interno perto de 150 mil unidades
Com a mudança de tecnologia de emissões para Euro 6, o segmento de caminhões deve terminar 2023 em queda de dois dígitos. Até novembro, produção, por exemplo, recua 37,4%, chegando a 92,3 mil unidades. No mês passado, foram fabricados 10 mil caminhões, volume 33,1% menor ao apurado no mesmo período de 2022. Os dados foram divulgados na quarta-feira, 7, pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
No comparativo com outubro, no entanto, a montagem de caminhões teve um respiro. As montadoras instaladas no país amenizaram a contração e fizeram 4,3% a menos que em novembro, de acordo com os dados da entidade.
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Em novembro, os licenciamentos atingiram 9,2 mil caminhões, queda de 9,6% em relação ao mesmo mês de 2022 e de 2,3% no comparativo com outubro. No acumulado do ano, foram vendidas 97,7 mil unidades, um volume 14,4% inferior ao apurado nos onze meses de 2022.
Segundo o novo vice-presidente de vendas, marketing de caminhões da Mercedes-Benz do Brasil, Jefferson Ferrarez, neste último trimestre de 2023 já não há estoques de caminhões Euro 5, o que dá um impulso maior para 2024.
“Estamos trabalhando com um mercado pouco acima de 100 mil unidades para este ano. Agora, começaremos 2024 com essa questão da alta nos preços dos veículos Euro 6 já consolidada e acredito que poderemos ver uma recuperação com volumes perto dos realizados em 2020”, disse o executivo na quarta-feira, 6, em encontro de fim de ano da empresa.
Produção de caminhões vai fechar 2023 com tombo de 37%
Segundo a Anfavea, a expectativa para este ano é de uma queda de 15% no comparativo com os licenciamentos apurados em 2022. A produção, de acordo com a projeção da entidade, deve cair 37%, passando de 162 mil unidades para 102 mil unidades em 2023.
As exportações somaram 1,6 mil unidades em novembro, uma retração de 36,9% sobre o mesmo período de 2022. No acumulado, foram embarcados 15,9 mil caminhões, recuo de 32,3% em relação aos 11 meses do ano passado.
Mercado de ônibus vai crescer perto de 20%
Em ônibus, segundo dados da Anfavea, a produção também segue em queda. Foram feitos em novembro 1,88 mil unidades, recuo de 36,4%. No acumulado dos 11 meses, a fabricação somou 19,34 mil chassis, um volume 35,4% menor ao apurado no mesmo período de 2022.
As vendas de ônibus atingiram 1,58 mil unidades em novembro, uma queda de 9,4% no comparativo com o mesmo período do ano passado. No acumulado, o crescimento é de 25,8%, somando 18,9 mil unidades.
Segundo a Anfavea, este ano a produção de ônibus deve sair de 31 mil unidades para 21 mil unidades. Já os licenciamentos, a expectativa é de alta de 18,8%.
De acordo com os dados da Anfavea, as exportações recuaram 42,8% em novembro. Foram exportados 414 ônibus. No acumulado de 2023, os embarques somaram 4,5 mil unidades, queda de 5,8% em relação a 2022.
Pesados devem voltar aos bons volumes
“O mercado de caminhões foi marcado pela transição de tecnologia, com impacto significativo no primeiro semestre, com a produção menor. Depois, no segundo semestre, voltamos à normalidade no segundo semestre e agora, está mais aquecido”, disse Márcio Leite, presidente da Anfavea. “Vai ter um crescimento voltando aos 145 mil veículos vendidos.”
Para ônibus, segundo Leite, ocorreu um crescimento importante com a renovação de frotas urbanas e rodoviárias. “Não ocorreu muita venda durante a pandemia então havia uma demanda reprimida de ônibus. Agora, esperamos um impacto importante com o Programa Caminho da Escola em 2024”, ressaltou o dirigente.