Peugeot quer ir “além do top 10” e prepara novidades para 2024

Marca pretende obter maior participação de mercado e, para tal, aumentará capilaridade da rede de concessionárias e contará com novos produtos

Marcus Celestino

Marcus Celestino

Marca pretende obter maior participação de mercado e, para tal, aumentará capilaridade da rede de concessionárias e contará com novos produtos

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Nas mãos da Stellantis, a Peugeot vive espécie de ressurreição no mercado brasileiro. A empresa fechou 2022 com 2,13% de participação de mercado – patamar que não atingia desde o longínquo 2011. De lambuja, abocanhou a décima posição do ranking por marcas.

Evidentemente, alguns fatores foram determinantes para que a Peugeot pudesse voltar a navegar no país com ventos favoráveis. O crescimento da rede de concessionárias e a ampliação da gama do 208, que acaba de ganhar opções equipadas com motor turbo, são dois dos principais trunfos.


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O caso do hatchback é emblemático, e demonstra o quão acertada foi a estratégia da Stellantis para a marca de origem francesa. Com mais opções na manga, a Peugeot foi capaz de montar ofensiva crucial nas vendas diretas. Resultado: dos 41.767 automóveis e comerciais leves licenciados pela empresa em 2022, 29.918 foram um 208.

No entanto, no acumulado de 2023 a marca tem 21.932 emplacamentos. Houve, nota-se, retração em termos de market share, hoje na casa de 1,6%. Ademais, a empresa ainda depende do 208, que tem 17.967 licenciamentos no janeiro-agosto.

Todavia, a Peugeot quer mais. “Quer ir além do top 10”. É o que afirma Felipe Daemon, vice-presidente da marca na região.

“Hoje, com o que temos em oferta no mercado, já chegamos conceitualmente nessa briga pelo top ten. Como qualquer marca que pretende avançar de forma consistente e sólida, temos esse mindset, de mirar alto”, comentou. “Pegamos a Peugeot com 0,7% de share, e temos algumas alavancas de crescimento. Uma é a evolução da gama de produtos”, complementou.

O executivo diz que, até o momento, o 208 foi crucial para que a Peugeot chegasse às “soluções ideais para o crescimento”. Contudo, garantiu que a empresa terá lançamentos importantes no ano que vem.

“2023 e 2024, em conjunto, serão os grandes anos da marca Peugeot. Seja por novidades marcantes que traremos para o mercado ou pela maior capilaridade da rede de concessionárias e por nossa maior presença no universo da comunicação”, ressaltou Daemon.

Nova geração do 2008, 208 híbrido e até 1008 estão no radar

O vice-presidente da Peugeot não confirma, mas interlocutores afirmam que a programação da marca para 2024 e, mais tardar, 2025, promete. O novo 2008, por exemplo, chega ao nosso mercado no ano que vem e terá opção com sistema híbrido leve – que se encaixa com primor na estratégia da Stellantis.

A reestilização do 208 também fica para 2024. Assim como o utilitário esportivo, o hatchback terá versões com sistema híbrido leve. Não sabemos se a Peugeot matará de vez as opções equipadas com propulsor 1.6, mas é certo que tais configurações, assim como as impulsionadas pelo motor turbo feito em Betim (MG), serão exportadas para outros países da região.

Há ainda o e-3008. Ao contrário do predecessor, o SUV produzido em Sochaux, na França, é elétrico, assume identidade de um cupê e estreia a plataforma modular STLA Medium. 

Por fim, temos um outro personagem para fechar a quadra: o 1008. Pode até ser mera especulação, papo durante convescote. Mas, nos recônditos da Stellantis, diz-se que o SUV de entrada, irmão do Citroën C3, voltou a ter sua produção em Porto Real (RJ) cogitada após a confirmação de que o 2008 será feito na Argentina. Questionado sobre tal rumor, o vice-presidente da marca respondeu:

“Existem discussões [acerca de lançamentos] a todo o tempo. Temos muita tranquilidade quanto à estratégia regional das plantas da Stellantis e, para nós, tem funcionado muito bem dessa forma. Temos entre os países acordos comerciais muito sólidos e essa é uma importante vantagem que temos como empresa. As oportunidades estão sempre sendo estudadas, em qualquer planta da Stellantis. Quando a gente faz essas análises, olhamos, claro, para o Brasil e para tudo o que temos em nossas mãos, para a região.”

A ver.