Manter o patamar dos resultados do ano passado é uma das metas do novo CEO André Armaganijan
Começa nesta segunda-feira, 3, a trajetória de André Armaganijan como CEO da Marcopolo. O executivo sucede James Bellini, filho do fundador da companhia, e dentre suas metas estão a manutenção dos resultados operacionais da companhia e diversificação da oferta de carrocerias e chassis da fabricante.
A Marcopolo vem de lucro recorde em 2022 e de aumento da receita em mais de 55% ante 2021. A expectativa do novo CEO é de que a demanda reprimida por ônibus, sobretudo os modelos rodoviários, sustente os indicadores na operação comercial deste ano.
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“O segmento rodoviário vem de bons anos pela maior movimentação de pessoas, o turismo interno crescendo, as passagens aéras mais caras. O segmento urbano também está voltando aos níveis de venda pré-pandemia”, disse o executivo a Automotive Business.
O cenário traçado pelo presidente da Marcopolo para o ano é uma espécie de continuação daquilo que o mercado de ônibus viu em 2022. Todos os fatores citados pelo executivo culminaram em uma produção no setor 70% maior e vendas com crescimento acima de 20% sobre 2021.
“O fornecimento de componentes está mais estabilizado do que antes. Ainda estamos trabalhando para ter os veículos Euro 6 disponíveis em abril, de forma a aumentar a nossa oferta em vários segmentos”, contou Armaganijan.
Marcopolo acredita que haverá renovação de frota em 2023
Ainda que o crédito mais caro preocupe a empresa — e certamente os seus clientes frotistas –, a projeção da Marcopolo é a de renovação de frota no mercado. “O cliente ficou muito tempo sem renovar. Não renovar significa custo maior ao operador em um momento de demanda aquecida por turismo”.
A respeito do segmento de ônibus urbanos, o executivo disse que houve uma retomada dos subsídios para aquisição de frotas para operar nos sistemas de transporte municipais.
Para este mercado a empresa prepara a operação comercial do elétrico Attivi, que ainda está em fase de testes. Serão produzidos, ainda este ano na fábrica de Caxias do Sul (RS), 130 unidades do modelo com o qual a fabricante pretende explorar um nicho que vem criando corpo na esteira da agenda ESG.
Armaganijan é graduado em engenharia mecatrônica pela Universidade de São Paulo e está na Marcopolo desde 2014, exercendo o cargo de diretor de estratégia.
Empresa vem de meses de reestruturação
Antes de fechar com lucro recorde em 2022, a Marcopolo veio de meses de processo de reestruturação. Com a demanda em queda por causa da pandemia de Covid-19, a operação precisou ficar mais enxuta — fecharam a fábrica de Duque de Caxias (RJ) e reduziu a jornada de trabalho nas duas restantes.
No ano passado, saíram das linhas da fabricante 14,7 mil unidades de carrocerias de ônibus, resultado que representa alta de 31% sobre o volume produzido em 2021. A maior parte (86%) do do volume de produção saiu das fábricas que a empresa mantém no país.