JLR vai atrás de investimentos para produzir SUVs elétricos no Brasil

Filial está em conversas com a matriz para fabricar modelos zero combustão em Itatiaia e virar polo exportador

Fernando Miragaya

Fernando Miragaya

Filial está em conversas com a matriz para fabricar modelos zero combustão em Itatiaia e virar polo exportador

Imagem de Destaque

As novas gerações do Evoque e do Discovery Sport serão elétricas e brasileiras. Pelo menos no que depender dos esforços da filial da Jaguar Land Rover (JLR), que negocia junto à matriz um novo ciclo de investimentos para produzir modelos zero combustão em Itatiaia (RJ).

Na unidade fluminense já são feitos os dois SUVs da Land Rover citados, a combustão. A meta agora é garantir aportes para fazer os sucessores dos modelos, totalmente elétricos, até o fim da década. 


VEJA MAIS:– Jaguar Land Rover capacita 29 mil funcionários para trabalhar com carros elétricos– Jaguar Land Rover anuncia plano para zerar emissões em sua cadeia até 2039


Segundo João Oliveira, CEO da Jaguar Land Rover do Brasil, essa tem sido a “pauta de grandes discussões com a matriz”. Durante evento em uma concessionária no Rio, o executivo defendeu que o Brasil pode ter um papel muito relevante nesta transição energética e que a planta de Itatiaia tem todas as condições de fazer veículos elétricos.

“Estamos discutindo bastante com a matriz o próximo ciclo de investimento porque nossa visão é que conseguimos produzir os carros elétricos da próxima geração no nosso país, tanto para consumo interno como para exportação. Nossa fábrica tem qualidade de produção e de engenharia para poder exportar esses veículos para qualquer destino”, destacou Oliveira.

A possibilidade de exportação é inevitável para garantir um volume que atraia os investimentos da JLR. Só que as vendas iriam além das fronteiras com nossos países vizinhos. América Latina e até Estados Unidos estariam no radar.

“O Brasil tem interesse em exportar para mercados de volume maior. Temos estudo grande sobre a possibilidade de nossa fábrica alimentar o mercado dos Estados Unidos”, garantiu o CEO da JLR do Brasil.

Ele ratificou que a fábrica fluminense tem plena capacidade para fabricar elétricos. O executivo destacou que trata-se de uma planta tecnologicamente avançada e competitiva.

“O custo-benefício da produção no Brasil não é tão diferente de outros mercados mais maduros. E quando a matriz olha índices de qualidade, de eficiência da planta, custo por veículo produzido, fica nítido que podemos ter papel maior do que o que temos hoje. Por isso, temos a possibilidade de ser uma base exportadora além da América Latina”, explicou.

João Oliveira ainda afirmou que só elétricos terão espaço em uma futura renovação da linha de produtos em Itatiaia e que não há lugar para híbridos flex. “Não vamos apostar em uma tecnologia de transição”.

Itatiaia opera bem abaixo da capacidade

Garantir investimentos para o Brasil também é uma forma de garantia de existência da própria fábrica do sul-fluminense. Diante das metas globais das marcas da JLR, a eletrificação da linha é o único caminho possível para a unidade.

Com capacidade anual para 20 mil unidades, a fábrica de Itatiaia opera em apenas um turno. Ao mesmo tempo, a partir de 2025, a Jaguar se tornará 100% elétrica. Já a Land Rover planeja o mesmo até 2030. 

Novo Defender plug-in a caminho

Enquanto a produção de elétricos não vem, a JLR prepara lançamentos de importados. Segundo João Oliveira, o novo Defender híbrido plug-in será apresentado no Brasil em novembro.

Além disso, o executivo prometeu uma sequência de lançamentos elétricos no Brasil de ambas as marcas. “Um por ano”, avisou o CEO da Jaguar Land Rover.