Companhia mantém otimismo no mercado e está preparada para aceleração das vendas a partir da Fenatran
Desde o fim da pandemia, a Iveco tem tido consistência em aumentar sua participação de mercado no Brasil. O plano é seguir nesse ritmo, aproveitando a corrida pelo transporte de baixo carbono, com tecnologias como o caminhão S-Way NG, que roda a gás natural ou biometano.
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“Queremos fechar o dezembro com 12% de participação nas vendas do mês, considerando caminhões acima de 3,5 toneladas de peso bruto total”, diz Márcio Querichelli. O executivo conta que, a cada mês, a empresa conquista mais uma pequena fatia de mercado. Em novembro, até então, o porcentual está em 11%. Ainda assim, bem à frente dos 5,6% das vendas pelos quais a empresa respondia no segmento há alguns anos, em 2019.
Fenatran aquecida e produção acelerada
A Fenatran é um motor e tanto para isso. Até o começo da tarde de quarta-feira, o executivo calculado que os negócios da Iveco já equivaliam a 70% da meta de vendas. “Estamos com a campanha comercial mais agressiva que já fizemos no evento, com condições muito interessantes aos clientes. Também fizemos um estoque importante para vender na feira”, conta o executivo.
A empresa, que costuma manter o equivalente a um mês de vendas no pátio, tem hoje em estoque o suficiente para atender a mais de dois meses de demanda, que Querichelli espera que sejam escoados mais rapidamente graças à Fenatran. “Agora, estamos planejando a produção já de março e abril do ano que vem.”
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Ele segue o palpite da Anfavea, associação que representa as montadoras, de que as vendas de caminhões vão crescer cerca de 15% este ano e dar salto menor ano que vem, de 3% a 4%. Nos dois casos, o executivo espera que a Iveco alcance crescimentos ainda maiores, principalmente no segmento de pesados. “Hoje a nossa linha de produção desse segmento opera com capacidade máxima em Sete Lagoas (MG)”, conta, indicando que saem da linha de montagem da unidade 26 unidades do extrapesado S-Way por dia.
A planta opera em dois turnos de produção e deve chegar. “Vamos subir para três no ano que vem para elevar a produção de cabines que exportamos à Argentina”, diz. As exportações, inclusive, vão bem na companhia. Querichelli diz que a empresa deve fechar o ano com alta de 30% nos volumes, que atendem a outros mercados da América Latina.
Caminhão à gás mais barato
Em meio às grandes apostas apresentadas na Fenatran para reduzir a pegada de carbono dos veículos pesados, a Iveco sustenta a posição de que caminhões elétricos leves são um caminho promissor. Para os pesados, a aposta é no modelo a gás, que pode usar biometano ou gás natural.
“Hoje, temos 2 mil unidades em circulação na América Latina”, conta o executivo. O plano dele é elevar a escala de produção do modelo nos próximos dois anos para baratear o preço, hoje de 15% a 20% maior do que um modelo equivalente a diesel.
A empresa também anunciou na Fenatran investimento de R$ 510 milhões em pesquisa e desenvolvimento até 2028, com foco, justamente, em soluções de redução das emissões.