Iochpe-Maxion aposta em tecnologias para redução de peso

Chassi para veículos até 10 ton. pesa metade de um convencional por usar materiais mais leves que aço (foto: Mário Curcio)

Redação AB

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Chassi para veículos até 10 ton. pesa metade de um convencional por usar materiais mais leves que aço (foto: Mário Curcio)

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Redução de peso é o tema no estande da Iochpe-Maxion na Fenatran 2019, que ocorre de 14 a 18 de outubro no São Paulo Expo. Uma de suas atrações da feira é o chassi desenvolvido pela divisão Maxion Structural Components, adequado a um veículo de dez toneladas (caminhão médio). De acordo com a empresa, esse componente pesa aproximadamente metade de um similar feito de aço. O segredo para isso está nas longarinas de alumínio e nas travessas, feitas de fibra de vidro e fibra de carbono. A redução de peso se traduz em maior eficiência energética e menor índice de emissões.

De acordo com Marco Túlio Ricci, gerente regional de inovação e de transformação digital da divisão, o chassi exibido no evento é apenas demonstrativo, mas os novos materiais podem ser utilizados em veículos de maior capacidade. Ricci, porém, faz uma importante observação: “Não existe um material único para todas as aplicações, existe o material certo para determinadas aplicações.”

Com relação ao custo reconhecidamente mais alto dos componentes feitos de fibra de carbono, o gerente da Maxion explica que a relação custo-benefício está mudando. “O benefício que você consegue com o menor peso da estrutura é muito grande e pode representar maior autonomia de um veículo elétrico ou a adoção de um motor menor e mais econômico.” Já o custo vem diminuindo por conta da “popularização” do material (muito usado em componentes de usinas eólicas). “Já existe grande interesse na utilização dos novos materiais por parte das fabricantes de veículos”, garante Ricci.

Os modelos elétricos, aliás, devem ser os principais utilizadores das estruturas produzidas com novos materiais. “As empresas estão investindo muito em baterias a fim de conseguir armazenar mais energia, então também é preciso investir em estruturas mais leves para aproveitar melhor essa energia”, conta Marco Túlio Ricci, que acrescenta: “Já estamos trabalhando em parceria com uma montadora no desenvolvimento de um produto que será totalmente concebido como elétrico, não será um modelo convencional adaptado para a eletricidade.” O executivo não deu detalhes sobre o projeto, mas garante que o veículo estará à venda no País.

Outra inovação destacada pelo executivo da Maxion Structural Components é a solução encontrada para a união de materiais diferentes. Como não é possível soldar fibra de carbono com alumínio, por exemplo, estão sendo desenvolvidos novos adesivos. “A indústria aeronáutica já usa adesivos de alta eficiência há muito tempo”, lembra Ricci. “Procuramos produtos que, além de eficientes, tenham custo acessível e permitam processos produtivos mais rápidos”, conclui Ricci.