Fábrica da Rodofort em Sumaré (SP): produção vai será complementar à da Guerra
Aquela que já foi a segunda maior fabricante de implementos rodoviários do Brasil deve voltar a produzir. A Guerra, que teve falência decretada em 2017, foi arrematada por R$ 90 milhões pela LIH, que planeja reabrir a fábrica de Caxias de Sul (RS) ainda este ano. A LIH pertence ao grupo I.Riedi, que também é dono da Rodofort, outra tradicional empresa do setor.
Para reativar a fábrica da Guerra, o grupo estima que investirá R$ 10 milhões para que a empresa comece a vender seus produtos no último trimestre de 2021. Quando começar a produção, o objetivo é que a Guerra trabalhe de forma complementar à Rodofort, que tem sede em Sumaré (SP), para que ambas possam entregar neste ano 2.350 implementos no segmento pesado (carretas).“Essa aquisição responde à nossa estratégia de expansão no mercado de implementos rodoviários que no momento atual tem forte demanda por produtos”, explicou Alves Pereira, diretor-geral da Rodofort.
ETERNA RIVAL DA RANDON
A Guerra foi a maior concorrente da Randon, e as duas empresas tiveram trajetórias parecidas. Foram fundadas pelos empresários Ângelo Guerra e Raul Randon, que começaram a vida fabricando implementos rodoviários no mesmo bairro de Caxias do Sul. Com a morte prematura de Ângelo, a segunda geração da família Guerra assumiu o controle da empresa muito antes do que ocorreu na Randon. A empresa acabou sendo vendida ao um grupo francês em 2008, que decretou sua falência nove anos depois.
A produção da Guerra deverá seguir a estratégia da Rodofort: produzir produtos de linha, mas com espaço para customização. Enquanto a fábrica de Caxias do Sul será responsável pelas linhas basculante, tanque e granel, a unidade de Sumaré vai cuidar dos modelos sider, baú, porta-conteiner e florestal. Com a chegada da Guerra, a rede de distribuição da Rodofort deve aumentar para 30 representantes (hoje são 18 empresas parceiras).
A Rodofort entregou no ano passado 1.350 implementos e prevê distribuir ao mercado interno neste ano 2.100 unidades. Para a Guerra, a estimativa é fabricar cerca de 250 unidades. Com essa parceria, há planos para investir nas exportações. Os primeiros alvos serão transportadores que operam na Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai.