Trabalhadores da fábrica de Berlim se filiaram ao sindicato local após reclamações
Os trabalhadores da fábrica da Tesla instalada na Alemanha estão se filiando ao sindicato IG Metall como nunca antes. A adesão se dá por causa das crescentes reclamações a respeito das condições de trabalho reportadas na unidade;
Dentre as principais queixas estão riscos à segurança, cargas de trabalho extremas e metas de produção excessivamente ambiciosas, informou o sindicato à Reuters. Devido ao cenário, seguiu a entidade, 30% do quadro adoeceu nos últimos meses.
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Na fábrica, localizada nos arredores de Berlim, em Gruenheide, é produzido um único veículo do portfólio da montadora, o Model Y. Mais de 1 mil funcionários compareceram na segunda semana de outubro à fábrica usando cartazes pedindo “trabalho seguro e justo”. Cerca de 12 mil pessoas trabalham no local.
Agitação em meio à eletrificação de veículos
Um número crescente de trabalhadores da indústria automotiva exige melhores salários e segurança no emprego enquanto a indústria realiza a transição de suas ofertas para modelos equipados com motores elétricos.
O UAW lançou uma grande greve contra a General Motors, Ford e Stellantis nos EUA, interrompendo a produção em várias fábricas.
O CEO da Tesla, Elon Musk, mostrou pouca tolerância com os sindicatos. Um dia depois de um grupo de trabalhadores da Tesla em Buffalo, Nova York, lançar uma campanha de sindicalização no início deste ano, a montadora os demitiu.
A Tesla perdeu várias decisões do Conselho Nacional de Relações Trabalhistas nos últimos dois anos, incluindo uma em agosto de 2022 relacionada à restrição de funcionários de usarem camisetas pró-sindicatos.
Na Alemanha, a empresa recusou-se até agora a assinar acordos salariais que são padrão na maior economia da Europa. O que coloca a fabricante em rota de colisão com o sindicato IG Metall, que reúne 2,2 milhões de membros.