Corolla Cross chega às concessionárias com mais de 4 mil unidades encomendadas
A receptividade dos clientes ao recém-lançado Corolla Cross reaviva o otimismo dos executivos da Toyota em relação ao desempenho da marca este ano no Brasil. As vendas do SUV nas concessionárias começam oficialmente nesta sexta-feira, 26, mas o carro chega às lojas com mais de 4 mil encomendas confirmadas via internet. O número já é maior do que a projeção inicial da fabricante, que era vender em média 3,5 mil veículos por mês.
Assim como aconteceu com a nova geração do sedã Corolla produzido no Brasil desde setembro de 2019, já passa de 40% dos pedidos a demanda pelas duas versões híbridas e mais caras do Corolla Cross, a XRV e XRX, que combina motor a combustão 1.8 flex etanol-gasolina de 101 cavalos com dois motores elétricos que entregam 72 cavalos. A estimativa da Toyota é que a preferência pela versão híbrida se estabilize em torno de 30% das vendas.
PRODUÇÃO PODE SER AFETADA PELA PANDEMIA
A Toyota programou a produção de 55 mil unidades do Corolla Cross em Sorocaba (SP) este ano, o que ocupa metade da capacidade de 110 mil/ano. Cerca de 13 mil deles serão exportados para 22 países da América Latina e do Caribe, com embarques que já estão sendo iniciados. Contudo, esses volumes podem ser prejudicados diante do agravamento da pandemia de coronavírus, que deve provocar a suspensão ou redução de atividades na fábrica nos próximos dias. Com isso, não está descartada a formação de filas de espera pelo SUV se a demanda seguir acima das expectativas e da capacidade de produzir.
Mas se as paralisações de fato acontecerem, ao menos neste momento não será por causa da falta de peças, especialmente semicondutores, que vem suspendendo a produção de diversas fábricas pelo mundo todo, inclusive no Brasil. “Ainda não temos esse problema aqui porque conseguimos programar nossos estoques de componentes. Se for necessário suspender as atividades agora será por causa das restrições provocadas pela pandemia”, afirma Rafael Chang, presidente da Toyota do Brasil.
Chang diz que ainda trabalha com a projeção que o mercado brasileiro deverá consumir cerca de 2,5 milhões de veículos este ano, mas reconhece que as restrições provocadas pela pandemia poderão puxar o número para baixo, em proporção ainda desconhecida e difícil de prever no momento. “Seguimos otimistas porque existe no horizonte a expectativa que a pandemia vai passar com o avanço da vacinação. Deveremos ter uma perspectiva melhor nos próximos meses”, avalia.
O executivo confirmou que a Toyota segue conversando com o governo para colaborar no desenho de uma política para garantir o futuro do setor automotivo no País. Chang revela que já estão em andamento as discussões com a diretoria da empresa no Japão sobre novos investimento no País – o programa mais recente, de R$ 1 bilhão entre 2019 e 2021, foi destinado ao desenvolvimento e produção do Corolla Cross brasileiro.
O próximo ciclo de investimento no País, ele ressalta, depende bastante da rota tecnológica a ser escolhida, o que envolve, por exemplo, a maior nacionalização de powertrain elétricos e híbridos – hoje todo o sistema de propulsão híbrida aplicado pela Toyota no Brasil é 100% importado, o que impõe custos extras de desvalorização cambial e algumas dificuldades de abastecimento.
“O mundo inteiro está caminhando muito rápido para a eletrificação e o Brasil não pode ficar de fora disso por muito tempo. É preciso traçar estratégias para desenvolver alternativas e um parque de fornecedores nesse caminho”, defende Rafael Chang.