No dia nacional em homenagem ao besouro, veja modelos que fizeram (quase) tanto sucesso quanto o ícone da VW
Todo mundo sabe que o Volkswagen Fusca é o carro mais querido da história do Brasil e um dos de maior sucesso. Embora já fosse comercializado por aqui desde meados dos anos 50, quando era montado com peças vindas da Alemanha, a produção nacional só começou no dia 20 de janeiro de 1959.
É por isso que a data foi escolhida para celebrar o Dia Nacional do Fusca. Fãs do simpático carro se reúnem em várias partes do país para cultuar o modelo que nasceu como Volkswagen Sedan, mas ganhou apelido e outras características peculiares no Brasil.
Para homenagear o besouro, nós separamos 10 modelos que tentaram repetir ou até superaram o sucesso do icônico Fusca no país.
Confira 10 carros que fizeram sucesso como o Fusca
Volkswagen Gol
É impossível não começar essa lista com o “sucessor espiritual” do Fusca. O Gol foi lançado em 1980 e só deixou de ser produzido em 2022. Dos 42 anos de ótimos serviços prestados, ele foi o modelo mais vendido do país em 27 deles.
Neste período, o Gol pulverizou todos os recordes e superou o sucesso do Fusca, e se tornou o carro mais comercializado, produzido e exportado da história do Brasil. Foram mais de 8 milhões de unidades vendidas em mais de quatro décadas de produção, um recorde que dificilmente será batido por outro modelo feito no país.
Hyundai HB20
Atual líder de mercado entre os automóveis de passeio, o Hyundai HB20 começou sua trajetória em 2012. Primeiro modelo da Hyundai Motor Brasil produzido no país (o grupo Caoa já fazia carros da marca, mas sob licença da matriz coreana), ele assumiu a liderança de vendas em 2021 e de lá não saiu mais.
O HB20, inclusive, estabeleceu um novo patamar no segmento de compactos de entrada. Foi ele um dos grandes responsáveis por trazer equipamentos até então inexistentes na categoria, como central multimídia – que se tornou praticamente obrigatória em todos os modelos lançados na sequência.
Chevrolet Onix
Antes do domínio do Hyundai HB20, o mercado brasileiro viveu a “era Onix”. O hatch assumiu a primeira posição em 2015 e ficou cinco anos no topo. O hatch perdeu a liderança para seu arquirrival em 2020 por causa da crise dos semicondutores, cuja escassez de componentes afetou mais duramente a General Motors do que seus concorrentes.
Ao lado do HB20, inclusive, é que o Onix reescreveu as regras de um segmento acostumado a oferecer menos do que o essencial para o consumidor. Apenas depois da chegada deles é que itens hoje considerados banais, como ar-condicionado e direção elétrica, passaram a vir de série mesmo nos carros de entrada.
Além da desejada central multimídia, o Onix trouxe qualidades que caíram nas graças do consumidor. Bom espaço interno, design moderno (especialmente para a época de sua estreia, em 2012) e a oferta de câmbio automático foram algumas delas.
Fiat Palio
A segunda geração do Fiat Palio não é lembrada com nostalgia pelos fãs da marca italiana. Entretanto, ela teve o grande mérito de acabar com a liderança histórica do Gol. O Palio foi lançado originalmente em 1996 com o peso da responsabilidade de suceder o Uno, um dos maiores êxitos comerciais da história da Fiat.
Com design atraente e projeto bastante moderno para sua época, o Palio só não fez todo mundo esquecer seu antecessor porque o Uno seguiu em linha até 2013. De resto, porém, o compacto fez muito sucesso e vendeu mais de 3 milhões de unidades em quase 22 anos de produção ininterrupta. O modelo saiu de cena em 2018 para dar lugar ao Argo.
Volkswagen Fox
Pouca gente imagina, mas o Fox foi um modelo marcante para a história da Volkswagen no Brasil. Lançado em 2003, o compacto foi desenvolvido inteiramente no Brasil e ganhou sinal verde para a produção sob a revelia de altos executivos da matriz na Alemanha.
Para sorte da VW, o Fox se mostrou um sucesso comercial. Aproximadamente 1,8 milhão de unidades foram fabricadas em 18 anos de existência. De quebra, o modelo (que chegou a ser exportado para a Europa, embora não tenha sido bem recebido por lá) ainda ditou as regras de sua categoria no Brasil.
O Fox virou a escolha preferida de quem buscava um compacto com bastante espaço interno. Alguns de seus principais concorrentes, como Renault Sandero e Chevrolet Agile, só estrearam anos depois, enquanto o Fox nadava de braçada.
Fiat Strada
O primeiro Palio foi um dos maiores sucessos da história da Fiat e também é responsável por outro feito enorme: dar origem à Strada. A picape leve estreou em 1997 e rapidamente virou o modelo mais vendido da categoria, já em 2001. De forma impressionante, ela se mantém no topo do segmento desde então, sem dar indício algum de que pode perder o posto conquistado há 22 anos.
Durante esse tempo, a Strada se firmou como uma ditadora de tendências. Entre as novidades trazidas para o segmento estão as ofertas de cabine estendida e cabine dupla (esta, inclusive, replicada com muito atraso pela Volkswagen na Saveiro), teto solar, bloqueio do diferencial (chamado na época de Locker), câmbio automatizado e da terceira porta para facilitar o acesso ao banco traseiro.
Na segunda geração, que foi lançada em 2020, a Strada se descolou do Palio (que já havia sido descontinuado) e ganhou identidade própria. Além de uma carroceria de cabine dupla “de verdade” (com quatro portas e mais espaço interno), trouxe, em 2021, a oferta do câmbio automático.
O sucesso da Strada, inclusive, motivou a Chevrolet a investir pesado na nova Montana, que traz muitas características presentes na líder da Fiat.
Chevrolet Corsa
Quase duas décadas antes do Onix, a Chevrolet teve um dos maiores sucessos comerciais de sua história no Brasil. O Corsa estreou em 1994 causando furor: dono de um projeto bastante moderno que havia acabado de ser lançado na Europa, ele fez uma revolução no segmento de populares.
Diante de uma concorrência envelhecida e/ou pouco atraente, que tinha nomes como Ford Escort Hobby e VW Gol 1000, o Corsa virou sonho de consumo de quase todos os brasileiros que queriam um carro de entrada zero quilômetro.
Causou gigantescas filas de espera e até ágio por unidades que eram disputadas a tapa pelos pretendentes. A própria Chevrolet precisou fazer uma campanha pedindo para que os consumidores tivessem paciência e não pagassem o sobrepreço pelo veículo.
Só que esse êxito não se repetiu quando a segunda geração do Corsa estreou em 2003, já com atraso considerável em relação à estreia na Europa. Diante de uma concorrência mais forte, o hatch teve participação mais discreta nas vendas da categoria e saiu de cena em 2012, justamente para a chegada do Onix.
Fiat Uno
O Uno é um dos grandes ícones da história da Fiat. Apresentado na Europa em 1983, ele desembarcou no mercado brasileiro um ano depois. Ao longo das décadas seguintes, o carro que ganhou o apelido de “botinha ortopédica” (em alusão às formas retas da carroceria) pouco mudou, mas seguiu vendendo muito bem.
A segunda geração do Uno estreou em 2010 e conviveu com o modelo original até 2013, quando a Fiat lançou o Grazie Mille. O Uno ‘novo’ seguiu à venda por mais oito anos, saindo de cena com uma nova edição de despedida (chamada de Uno Ciao) depois de vender mais de 4,3 milhões de unidades. Até hoje, nenhum modelo lançado pela Fiat conseguiu igualar os feitos do Uno.
Peugeot 206
A Peugeot iniciou suas operações no Brasil em meados dos anos 90, ainda como importadora. A produção nacional só começou em 2001 na fábrica de Porto Real (RJ), erguida pela extinta PSA – holding formada com a Citroën.
Coube ao 206 a responsabilidade de abrir a linha de montagem pelos lados da Peugeot. O hatch, que já era vendido no país desde 1999, se tornou o maior sucesso da história da marca francesa por aqui. Bonito e moderno, ele cativou quem buscava um hatch com design atraente e uma boa relação custo/benefício.
O projeto ganhou sobrevida em 2008, quando a marca lançou o 207, que nada mais era do que uma versão reestilizada do já veterano 206. Criado exclusivamente para a América Latina, ele sobreviveu até 2014.
Ford EcoSport
Se hoje os SUVs compactos são cobiçados pela maioria dos consumidores, isso se deve em grande parte ao Ford EcoSport. O modelo estreou em 2003 e foi um dos maiores acertos da trajetória da marca do oval azul no Brasil.
Baseado no Fiesta, ele rapidamente se tornou um sucesso e obrigou a concorrência a se mexer. Só que a reação foi bastante tardia: um de seus maiores rivais, o Renault Duster, só foi lançado em 2011.
A segunda geração do EcoSport chegou em 2012 com status de primeiro produto global da Ford desenvolvido inteiramente no Brasil. Só que, àquela altura, os rivais já estavam fortalecidos, e logo o modelo começou a perder espaço.
Mesmo com mudanças importantes, o carro não conseguiu recuperar terreno e passou a vender cada vez menos. O SUV se despediu em 2021, pouco tempo após o anúncio do fim da produção nacional da Ford, com mais de 1,2 milhão de unidades produzidas apenas no Brasil.