Volvo Cars dobra de tamanho 10 anos após aquisição pela Geely

Coletiva de imprensa em 28 de março de 2010, quando Li Shufu anunciou a compra do controle acionário da Volvo Cars

Redação AB

Redação AB

Coletiva de imprensa em 28 de março de 2010, quando Li Shufu anunciou a compra do controle acionário da Volvo Cars

Imagem de Destaque

No fim do último mês de março a fabricante sueca de carros Volvo Cars completou 10 anos sob o controle da chinesa Geely, com o dobro do tamanho que tinha quando foi comprada da Ford – no até e então mais ousado lance internacional do bilionário chinês Li Shufu, dono da Zhejiang Geely Holding e raro exemplo de empresário capitalista que cresce em país de regime socialista, onde as estatais dominam todos os setores da economia. Pois parece que o espírito empreendedor de Shufu contaminou a Volvo e deu à empresa vendas, receitas e lucros recordes ao longo da última década.

Em 2011, um ano após ser comprada pela Geely, a Volvo Cars tinha 21,5 mil funcionários e as vendas globais somaram 449.255 carros naquele ano. Em 2019, os números praticamente dobraram: a empresa fechou o ano passado com 43 mil funcionários e 705.452 veículos vendidos no mundo todo. A Volvo elevou seu status de marca puramente europeia para uma operação verdadeiramente global no mercado de carros premium.
Há 10 anos a fabricante tinha duas plantas e uma fábrica de motores na Europa e agora tem quatro unidades industriais adicionais e um centro de pesquisa e desenvolvimento na China, além de uma fábrica de automóveis nos Estados Unidos que produz, somente lá, o novo S60 lançado há cerca de dois anos.
O novo acionista controlador não impôs sua cultura e soube explorar as potencialidades da Volvo, que renovou completamente sua linha de produtos com independência técnica, e soltou as amarras para sua expansão global, não só de vendas quantificadas em unidades, mas também reforçou sua reputação de marca premium em design, luxo e desenvolvimento tecnológico refinado.
“A Volvo Cars hoje está mais forte do que nunca”, afirma Håkan Samuelsson, CEO da empresa. “Com a Geely, começamos uma nova fase de sucesso que nos levou a um nível totalmente novo. Renovamos completamente nosso portfólio de produtos, estabelecemos presença global e quase dobramos nossas vendas. No futuro, continuaremos a expandir nossos negócios junto com a Geely.”

RENOVAÇÃO TOTAL DE PRODUTOS E FOCO EM NOVAS TECNOLOGIAS

A partir de 2014, com o lançamento do SUV renovado XC90, a Volvo renovou completamente seu portfólio de produtos com uma gama de novos SUVs, sedans e station wagons. Todos os novos modelos são construídos sobre a arquitetura modular de veículos SPA, desenvolvida pela Volvo, ou ainda pela arquitetura modular CMA, co-desenvolvida entre a Volvo e a Geely.
O novo portfólio de modelos provou ser um sucesso global, gerando seis recordes consecutivos de vendas e lucros. Em 2019 a Volvo Cars vendeu mais de 700 mil carros pela primeira vez em seus mais de 90 anos de existência. No Brasil, embora os volumes sejam baixos, o desempenho dos últimos anos é exemplo de como a marca vem crescendo no mundo todo: no mercado brasileiro a expansão foi de 15,8% em 2019, com quase 8 mil veículos emplacados.
Passada uma década da aquisição pela Geely, a Volvo Cars desenvolve estratégia para tornar-se uma das fabricantes que lidera o setor automotivo em eletrificação, condução autônoma e novos modelos de mobilidade.
Até 2025, a Volvo colocou para si a meta de que metade de seu volume global de vendas seja de veículos totalmente elétricos, e que os demais sejam híbridos. Esses carros farão parte de uma nova geração baseada na plataforma SPA2, sucessora de sua bem-sucedida arquitetura modular de veículos.
A empresa também planeja estabelecer milhões de relacionamentos diretos com os consumidores por meio de novas formas de mobilidade, assim espera desempenhar introduzir tecnologias de condução autônoma.