Carros elétricos terão impacto ínfimo na rede de energia brasileira, diz estudo

Cálculo considera cenário de 2035, quando país deve alcançar 5,5 milhões de veículos elétricos em circulação

Redação AB

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Cálculo considera cenário de 2035, quando país deve alcançar 5,5 milhões de veículos elétricos em circulação

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Caso o Brasil siga a tendência global e eleve sua frota de veículos elétricos, o país chegará em 2035 com 5,5 milhões de modelos com a tecnologia em circulação. Essa frota teria participação de apenas 3% no consumo de energia elétrica produzida no território nacional.

A informação é de um estudo realizado pela consultoria Kearney, a pedido da General Motors. O índice seria semelhante ao de países como Chile e Colômbia.

“Vale destacar que aproximadamente quatro em cada cinco usuários de carro elétrico costumam carregar seus veículos em casa, à noite, quando o consumo de energia na rede é menor, pois é o período em que boa parte das pessoas repousam, indústrias param e comércios fecham”, aponta Glaucia Roveri, gerente de desenvolvimento e infraestrutura de veículos elétricos da GM na América do Sul.

Carro elétrico e geladeira têm consumo equivalente

O preço da energia elétrica varia de acordo com a localidade, a faixa de consumo e até o horário. O estudo sugere um comparativo com o consumo de aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos para entender quanto custa uma recarga completa de um carro elétrico,.

Se o tanque de um carro tradicional a combustão se baseia pela quantidade de litros que cabem dentro dele, no caso da bateria de um VE, sua capacidade de armazenamento de energia é medida em kWh (quilowatt-hora).

O Bolt EV da Chevrolet, por exemplo, tem bateria de 66 kWh e roda, de acordo com o ciclo WLTP (mais urbano), em média, 459 quilômetros com uma carga completa. Isso significa que para “encher todo o tanque” do veículo zero emissão gasta-se a mesma quantidade de energia que consome mensalmente uma geladeira das mais eficientes de tamanho intermediário.

O estudo também destaca que a exemplo do Bolt EV, que roda em média 1.200 km por mês – 40 km por dia -, o consumidor gasta aproximadamente 170 kWh de energia para carregar a bateria do carro. A mesma quantidade necessária para deixar um computador de mesa ligado durante todo o mês.

Já comparando o Bolt EV com um automóvel Flex de porte e conteúdo semelhantes, considerando o preço médio atual da energia, da gasolina e do etanol, num trajeto misto (urbano e rodoviário), pode-se dizer o custo por quilômetro rodado do carro elétrico é cerca de quatro vezes menor que o a combustão.

Segmento de carros elétricos em ascensão global

Segundo o levantamento, em 2021, os carros 100% elétricos representaram mais de 7% das vendas de automóveis e comerciais leves no mundo. O segmento é o que mais cresce em escala global.

Segundo especialistas, políticas voltadas à redução de emissões e o aumento no preço dos combustíveis são fatores que contribuem para o maior interesse pelos VEs, assim como a maior oferta de modelos e a redução da diferença de preço em relação aos demais tipos de carros.


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“O próximo passo na evolução será que este tipo de automóvel poderá fornecer energia para alimentar residências e a própria rede elétrica em horários de pico, por exemplo, reduzindo ainda mais o risco de sobrecarga no sistema mesmo com uma frota mais numerosa de EVs em circulação pelo Brasil”, acrescenta Glaucia Roveri.