Presidente da montadora diz que modelos só serão vendidos após 2026 e conforme estudos de viabilidade dos veículos
A Mercedes-Bez chamou a atenção para a eletrificação na Fenatran, que vai até a próxima sexta-feira, 8, em São Paulo. A montadora mostrou a dupla de caminhões elétricos eActros e eCanter na feira e prepara os testes com veículos do tipo para o começo de 2025.
A partir destas avaliações com caminhões movidos a eletricidade é que a Mercedes vai decidir se valerá a pena importá-los para cá.
“Os testes serão realizados durante todo o ano de 2025. Em um segundo momento, de acordo com os resultados e interesses de nossos clientes, podemos estudar uma nova fase do projeto para 2026”, afirmou Achim Puchert, presidente da Mercedes-Benz do Brasil.
Caminhões elétricos custariam até três vezes mais
Automotive Business conversou com exclusividade com o executivo poucos minutos após a coletiva de imprensa da empresa na Fenatran.
Apesar do projeto estar em sua fase mais embrionária no Brasil, Puchert não fugiu da maioria das perguntas. Comentou, inclusive, sobre o possível preço dos caminhões elétricos.
“Não há um número preciso sobre isso porque depende de inúmeros fatores comerciais e legislativos, mas seria algo em torno de duas a três vezes (em relação ao preço dos caminhões a diesel)”, estimou.
Fuso no Brasil?
Achim só fugiu pela tangente quando perguntei sobre o eCanter. O caminhão com porte de VUC é fabricado pela Fuso, marca de caminhões da Mitsubishi controlada pela Daimler Trucks e que nunca teve operações no Brasil.
Questionado sobre com qual marca ele poderia ser vendido no Brasil, o presidente da Mercedes despistou, meio sem graça.
“Ainda não há definição quanto a isso, mas podemos estudar o que fazer a respeito da marca e como podemos vendê-lo no país”.
Estrutura precária de recarga vai limitar uso inicial
Mesmo sem bater o martelo sobre a venda dos pesados, a Mercedes-Benz fez coro com várias fabricantes ao cobrar mais atenção à infraestrutura de pontos de recarga no Brasil.
“É preciso mais investimento para que haja uma infraestrutura adequada para o uso dos veículos. Considerando o cenário atual, acredito que (o uso) seria inicialmente nos grandes centros urbanos, inclusive como transporte do tipo last mile, antes de utilizá-los em outras aplicações”, finalizou.