Pacote do carro popular agrada montadoras e pode influenciar próximos lançamentos

Fabricantes de veículos esperam que tempo de vigência dos incentivos seja de no mínimo um ano

Bruno de Oliveira

Bruno de Oliveira

Fabricantes de veículos esperam que tempo de vigência dos incentivos seja de no mínimo um ano

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O pacote de medidas que deve viabilizar veículos mais baratos no Brasil, parcialmente apresentado na quinta-feira, 25, por interlocutores do Governo Federal e da indústria, foi bem recebido pelas montadoras.

Segundo Márcio de Lima Leite, presidente da associação que representa as fabricantes, a Anfavea, a possibilidade de renúncia fiscal agrada, e ainda há expectativa em torno do tempo de vigência dos incentivos.

“Neste momento o que está sendo discutido é o tamanho da renúncia. Ela pode variar um ano, este é o pleito da indústria, mas o governo está fazendo as suas contas”, disse Leite durante evento realizado na sede da Fiesp, em São Paulo (SP).


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Os 12 meses, sob a ótica das montadoras, são estratégicos para as fabricantes pelo menos por duas razões mais aparentes: tempo hábil para articular investimentos com as matrizes e, também, para preparar lançamentos que se enquadram nas especificações do governo – que versam sobre preço, eficiência energética e nível de contéudo nacional de componentes.

“Lembrando que alguns modelos podem, inclusive, ser lançados pelas montadoras neste período. Montadoras que não tinham um modelo nesse segmento [também] podem perfeitamente fazer um lançamento para atender ao consumidor”, contou o presidente da Anfavea.

O Ministério da Fazenda pediu 15 dias para apresentar um modelo tributário definitivo para o pacote do carro popular, mas o consumidor já poderá fazer nas concessionárias reservas de veículos com vistas a esses benefícios futuros.

“Hoje, na reunião, conversamos com a Fenabrave e a ideia é de que haja um mecanismo que possa permitir uma pré-venda de veículos já dentro desse contexto do pacote de medidas, uma vez que já se sabe mais ou menos o que se pode esperar em termos de redução fiscal”, contou Leite.

A respeito da concessão de crédito, um dos pilares do pacote do carro popular, o presidente da Anfavea informou que hoje, na reunião em Brasília, foram mantidas discussões com Tarciana Medeiros, presidente do Banco do Brasil. O papo girou em torno da criação de linhas de crédito mais acessíveis e não avançou mais do que isso.

Por fim, o representante das montadoras falou a respeito do processo de homologação dos modelos que venham a ser contemplados pelo pacote de incentivo fiscal.

Os trabalhos de coleta de dados e de certificações ficariam nas mãos do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e também de entidades como o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e o Inmetro.