Marcas do Grupo Traton vão dividir rede de distribuição no exterior

Com o grupo mais maduro e colaborativo, Volkswagen Caminhões mira maior presença na África e na Ásia

Bruno de Oliveira

Bruno de Oliveira

Com o grupo mais maduro e colaborativo, Volkswagen Caminhões mira maior presença na África e na Ásia

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A colaboração das marcas que formam o Grupo Traton – Scania, Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO), MAN, Navistar e RIO – irá além do compartilhamento de tecnologias e componentes, como anunciou a empresa mês passado. De acordo com Roberto Cortes, presidente da VWCO e membro do conselho do grupo, também está no escopo da companhia a utilização comum da rede de distribuição das subsidiárias.

“Uma das alternativas ao crescimento das empresas em mercados globais é a utilização da rede das marcas irmãs nas localidades onde cada uma ainda tem espaço para ampliar sua participação”, disse o executivo a Automotive Business. “Dessa forma, o grupo viabiliza o aumento do volume de exportações de todas as empresas, além de aumentar as sinergias.”

A lógica do compartilhamento de rede está dentro do escopo do grupo de sistema modular, no qual o conceito de compartilhamento se dá em várias esferas na corporação, da área de desenvolvimento até as vendas na ponta.  “Os componentes já vão nascer compatíveis com as necessidades de todas as marcas. Com isso a gente ganha sinergia e escala”, afirma Cortes.

Metas das marcas do Grupo Traton

No caso específico da Volkswagen Caminhões, uma das marcas do Grupo Traton, a empresa tem metas claras acerca das exportações por meio da possibilidade de compartilhamento da rede internacional de distribuição Traton. A primeira fase, disse o executivo, trata do crescimento do market share nos mercados da América Latina. “Temos 30% do mercado brasileiro de caminhões e não estamos nem próximos disso no México e na Argentina. Ainda existe muita possibilidade de crescimento”, acredita Cortes.

A segunda fase, já com maior aproveitamento da rede colaborativa, trata da busca por novas frentes em países onde a VWCO ainda não mantém negócios, sobretudo na África e no Oriente Médio. “Compartilhar a rede nos dá um ganho de tempo, porque podemos aproveitar uma estrutura de um parceiro que já está pronta no local. Há espaço para todos no ponto de venda porque os produtos são complementares”, explica o presidente da VWCO.

A terceira fase, mais a longo prazo, envolve ofensiva comercial no sudeste asiático, principalmente por meio do Volkswagen Delivery a combustão e também sua versão elétrica. Para Cortes, o veículo zero combustão seria uma espécie de trunfo na região porque o powertrain abre portas em países com restrições de emissões de poluentes. Por ora, a empresa mantém negócios na Filipinas.

O processo de internacionalização da VWCO, que já tem um perfil exportador robusto, levou o Grupo Traton a modificar o nome da empresa no exterior e estabelecer a sua grafia na língua inglesa, portanto, Volkswagen Truck & Bus. No entanto, a grafia seguirá em português nos países falantes do idioma, assim como a grafia em espanhol. As exportações são uma das prioridades do atual ciclo de investimentos da companhia, de R$ 2 bilhões.