Locação de caminhões ainda “engatinha” no Brasil

Atividade representa apenas 2% das vendas de veículos pesados, enquanto nos EUA esse percentual chega a 25%

Ana Paula Machado

Ana Paula Machado

Atividade representa apenas 2% das vendas de veículos pesados, enquanto nos EUA esse percentual chega a 25%

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A terceirização de frotas ainda é um desafio para muitas empresas brasileiras, principalmente no segmento de veículos pesados. Hoje, de acordo com a Vamos, 2% das vendas de caminhões e máquinas se destina para locação. Nos Estados Unidos e na Alemanha, participação da atividade representa 25% e 28%, respectivamente. 

Marcos Jatobá, gerente regional da Vamos, diz que atualmente a companhia tem uma frota de 50 mil veículos. Até 2025, a expectativa é dobrar esse volume.

“Somos a líder do mercado no Brasil, e mesmo dobrando a nossa frota, a atividade terá uma participação de 3,5% a 4% em 2025. Há muito espaço para crescimento”, defendeu Jatobá, durante a TopFrotas Brasil, evento de negócios que reúne 74 empresas nesta primeira edição.

Até junho o capex (investimento) contratado da Vamos foi de R$ 3,1 bilhões. No ano passado, o indicador chegou a R$ 5,5 bilhões. 


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Hoje, segundo o executivo, dos 50 mil veículos alugados, em 20% a Vamos tem um contrato de manutenção ativo com o cliente.

“Geralmente, são acordos com indústrias e empresas de serviços. Para isso, temos 4,2 mil pontos de serviço espalhados pelo país para atender a esses contratos”, afirmou.

Para ele, por ser ainda uma modalidade em expansão no Brasil, as empresas ainda têm a cultura de ter a gestão de suas frotas dentro de casa.

“As companhias ainda desconhecem a locação de veículos pesados, por isso, eventos como este são importantes para mudarmos essa cultura no país e fazer a atividade crescer”, afirmou o executivo. 

Locação de veículos leves mais consolidada no país

No segmento de veículos leves, a locação e gestão de frotas já é um mercado ativo no Brasil. A Unidas, por exemplo, tem 40% de participação no país, atrás apenas da Localiza, que é a líder do segmento. 

Plínio Souza, gerente de contas nacional da Unidas, disse que a empresa tem uma carteira de 5 mil empresas, sendo 170 com frotas de mais de 150 carros. 

A expectativa da empresa é de que, até o final do ano, a frota chegue a 100 mil veículos leves. Hoje, são mais de 90 mil carros.

“É um mercado que, apesar de já estar mais consolidado, ainda há muito o que crescer”, afirma o executivo.

Gestão de frota mais completa como diferencial

Souza disse, ainda, que os contratos de locação atualmente giram em média de 24 meses.

“Temos uma expertise de gerenciamento de frotas e com isso disponibilizamos também ao cliente um pacote de manutenção do veículo, até porque, boa parte do faturamento da companhia vem da venda de seminovos e temos que ter veículos em bom estado”, disse. 

O executivo ressaltou, ainda, que o plano da Unidas é o de oferecer um pacote mais completo de gerenciamento, com a utilização de sistemas de telemetria integrados aos contratos. “É um projeto que estamos estruturando e devemos lançar em breve. Será um diferencial em relação aos concorrentes”, disse Souza. 

Encontro de negócios conecta 74 empresas

Assim como a Vamos, a Unidas participou da primeira Top Frotas Brasil, evento que é organizado pela RX, antiga Read Exibitions. Com foco em negócios, nesta edição, participaram 74 empresas sendo 40 fornecedores de soluções e 30 compradores. 

O evento já existe no México há 11 anos e em sua última edição por lá reuniu 200 marcas e foram realizadas 2,5 mil reuniões. Por aqui, a expectativa é de que sejam feitas mais de 500 rodadas de negócios nos três dias de Top Frotas.