Grupo SHC entra com pedido de recuperação judicial

Dívida da companhia que controla a JAC Motors estaria em mais de R$ 500 milhões

Redação AB

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Dívida da companhia que controla a JAC Motors estaria em mais de R$ 500 milhões

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O Grupo SHC, responsável pela JAC Motors e outras empresas, entrou com pedido de recuperação judicial no dia primeiro deste mês. De acordo com nota divulgada pela empresa, a decisão se deu pela necessidade de buscar proteção judicial para renegociação com bancos, parceiros e fornecedores. O grupo pertence ao empresário Sérgio Habib, que além da JAC detém a rede de usados Carbraxx e concessionárias Jaguar Land Rover e Volkswagen.
A dívida de Habib passaria dos R$ 500 milhões, segundo o site Kelley Blue Book. Na nota repassada pela empresa, o Grupo SHC atribui sua dificuldade à retração de 30% do mercado brasileiro de automóveis nos últimos sete anos e à queda de mais de 80% nas vendas da Citroën, que na época representava o principal negócio do grupo. Todas as concessionárias Citroën pertencentes à SHC foram fechadas.“Tomamos essa decisão prevista em lei para proteger a nossa companhia, nossos 700 colaboradores e os mais de 100 mil clientes da marca”, disse Habib.

Segundo ele, as atividades de importação, distribuição, vendas e pós-venda (garantia, manutenção e fornecimento de peças) da JAC Motors continuam inalteradas e preservadas.
Pode-se dizer também que Habib foi injustamente punido por sua ousadia. A operação já JAC Motors começou não com três ou quatro, mas com 46 concessionárias abertas de uma vez em 18 de março de 2011, chamado “Dia J” por Habib. O investimento divulgado na época foi de R$ 380 milhões.
A JAC começou com uma dupla de carros bem apropriada ao início da década, o hatch J3 e o sedã J3 Turin, ambos com preços camaradas (R$ 37.900 e R$ 39.900, respectivamente) e equipados com ar-condicionado, direção assistida e trio elétrico, entre outros itens. Chamados de “completões” numa campanha publicitária com o apresentador Fausto Silva, rapidamente ganharam as ruas.
Até agosto daquele ano a JAC já havia vendido 14,4 mil carros e ocupava a 14ª posição no ranking das marcas de automóveis mais vendidas, algo impensável para um recém-chegado. O sucesso e o barulho produzidos pela novata e por outros importadores incomodaram os fabricantes instalados no Brasil. Naquele ano os importados atingiram mais de um quarto das vendas locais.
Assim, em setembro de 2011 o governo divulgou que aumentaria o IPI dos importados em 30 pontos porcentuais, uma regra que passou a valer em dezembro daquele ano.