Levantamento da empresa de serviços automotivos RAC aponta alta de 50% no preço dos carregadores públicos
A alta no preço da energia começa a pesar no bolso dos motoristas de carros elétricos – ao menos na Europa. No Reino Unido o custo para usar carregadores públicos rápidos ou ultrarrápidos subiu 50% em oito meses, apontam dados da RAC, empresa britânica de serviços e seguros automotivos.
Neste mês, o custo médio do quilowatt-hora nos carregadores públicos rápidos do Reino Unido chegou a 70,32 libras esterlinas, uma alta de 58% em relação a maio do ano passado (44,55 libras) e 11% mais que em setembro (63,29 libras).
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Reabastecer um carro agora custa, em média, £ 36 (R$ 228) para encher 80% de uma bateria de 64kWh, o que garante autonomia estimada em 300 km, a depender do modo e local de condução. O custo é o dobro do carregamento feito em casa, apesar do recorde de preços da energia doméstica no país.
Nos carregadores ultrarrápidos, com potências de mais de 100kW, o aumento foi de 47% desde maio (50,97 pounds), com preço atual de 74,79 pounds. A recarga de 80% da bateria custa £ 38,29 hoje.
Elétrico sai mais caro que carro a gasolina
Para quem depende dos carregadores públicos, o uso do carro elétrico está saindo mais caro do que o os modelos a combustão, segundo dados da RAC. A empresa comparou o valor para rodar 300 km com um modelo a gasolina, um a diesel e um elétrico.
Para encher um tanque de 55 litros de gasolina o preço é de £ 83.08, enquanto com diesel o tanque cheio sai por £ 95.68. Na versão elétrica, com bateria de 64kWh, o preço para abastecer é de £ 92.69 no carregador público rápido e £ 98.59 no carregador ultrarrápido.
Empresas e entidades automotivas pedem para que o governo reduza o imposto cobrado sobre a eletricidade em carregadores públicos de VE de 20% para 5%. “Nossa preocupação é que os preços extremamente altos da energia, que já encarecem as contas domésticas, tenham o efeito de afastar as pessoas do uso de carregadores públicos – algo que o governo deve evitar se espera que os próprios operadores de pontos de carga sejam responsáveis pela maior parte da expansão da infraestrutura”, afirmou o executivo da RAC Simon Williams.
Os consumidores sentem no bolso e reclamam. Apesar do Reino Unido e outros países europeus terem as melhores infraestruturas para carros elétricos do mundo, segundo ranking da Roland Berger, os europeus são os mais insatisfeitos com as tarifas cobradas.