Stellantis cogita produzir veículos da Leapmotor no país

Segundo o CEO Carlos Tavares, medida poderá ser adotada caso seja economicamente viável

Bruno de Oliveira

Bruno de Oliveira

Segundo o CEO Carlos Tavares, medida poderá ser adotada caso seja economicamente viável

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A Stellantis poderá produzir veículos da Leapmotor no Brasil. Na quinta-feira, 13, o CEO da montadora, Carlos Tavares, afirmou que a produção é possível “desde que economicamente viável”.

“Podemos produzir veículos da marca em qualquer fábrica nossa no mundo desde que faça sentido”, disse o executivo em transmissão online do dia do investidor (Investors Day).

Fazer sentido, na ótica de Tavares, significa um mercado demandante. Não foram poucas as vezes em que o exeucutivo mencionou que os movimentos da montadora em eletrificação dependem da vontade do consumidor.


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E dos governos também. O CEO da Stellantis defendeu na oportunidade cenários mais claros e previsíveis das políticas públicas locais de descarbonização para, assim, criar uma oferta adequada de veículos mais limpos.

“Quando se muda o core de uma empresa assim, os governos precisam entender que os resultados aparecem com planos de longo-prazo. Estamos aqui para servir vocês com tecnologias verdes se nos derem estabilidade”, disse.

Aqui no Brasil, pelo menos, o cenário parece estar mais previsível considerando os aportes que as montadoras fizeram na esteira do Programa Mobilidade Verde, o Mover.

Na Europa e nos Estados Unidos, no entanto, Tavares pintou um cenário um pouco mais complexo considerando que essas regiões ainda têm dúvidas a respeito dos caminhos que vão seguir na descarbonização veicular.

Dentre os complicadores estão os entraves políticos na Europa e nos Estados Unidos envolvendo carros elétricos produzidos na China, os quais estão sendo sobretaxados por medidas protecionistas.

O embate entre as potências de certa forma atrasa o desenvolvimento do mercado elétrico no mundo, uma vez que divergências políticas inviabilizam o avanço de regulamentações.

“Precisamos de cenários regulatórios mais claros”, defendeu Tavares na trasmissão online.

Preocupação com classe média

Enquanto isso não ocorre, a Stellantis trata de manter suas atenções e recursos tanto no universo elétrico quanto no mundo do motor de combustão.

De qualquer forma, a empresa ainda enxerga o futuro com predominância do veículo elétrico sobre os de combustão interna, e para isso trata de adequar a sua oferta o mais rápido possível às demandas que virão.

No caso do negócio fechado com a Leapmotor, a parceria representa para a Stellantis a oportunidade de ter veículos elétricos compactos e mais baratos em sua oferta mais rapidamente, sem custos de desenvolvimento.

“Será a classe média quem vai tornar o veículo elétrico algo de massa”, finalizou o executivo.