Barreiras contra entrada de empresas como BYD são baixas com produção em solo mexicano
As medidas protecionistas tomadas pelos Estados Unidos (EUA) para desencorajar a entrada das marcas chinesas no país podem não ser suficientes para impedir o avanço de montadoras como a BYD.
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Especialistas consultados pela agência “Automotive News” afirmam que o acordo comercial firmado com o México tem brechas comerciais que podem favorecer os chineses.
Recentemente, o governo de Joe Biden quadruplicou o imposto de importação para carros elétricos, que passou de 25% para 100%. A ação aconteceu pelo temor de que a construção de uma fábrica da BYD no México possa facilitar a entrada dos veículos da marca (consideravelmente mais baratos do que os rivais) no mercado norte-americano.
A fabricante, porém, garante que a futura planta atenderá apenas à demanda local.
“Estamos falando de um investimento de múltiplos estágios. Haverá tempo para desenvolver uma cadeia de fornecedores, aprimorar a manufatura e vender carros em outros veículos fora do México. E, quem sabe, até abrir portas para comercializar veículos em mercados maiores no futuro”, disse Lou Longo, diretor de práticas internacionais na consultoria Plante Moran.
Carros feitos no México pagam multa irrisória
Nem mesmo o acordo firmado entre EUA, México e Canadá – que estabelece um índice mínimo de 75% de componentes fabricados na América do Norte para ser elegível à isenção de tarifas comerciais – pode ser suficiente para impedir a invasão de marcas chinesas por meio do país latino.
Embora não se enquadrem no tal acordo, automóveis de passeio fabricados no México com componentes vindos da China pagariam multa de 2,5%. Ou seja, uma taxa significativamente inferior aos 100% de impostos cobrados pelos EUA.
“É praticamente uma importação sem impostos, o que não representa barreira alguma (para a venda dos carros chineses)”, afirmou Michael Dunne, CEO da Dunne Insights, consultoria especializada no mercado de carros elétricos e baterias.
Pesaria também a favor das marcas chinesas o interesse entre os consumidores mais jovens nos EUA. Uma pesquisa feita pela AutoPacific apontou que 76% dos entrevistados com menos de 40 anos estariam dispostos a comprar um carro elétrico chinês.