Incentivo via crédito presumido entra na pauta do novo Rota 2030

GWM propôs ao ministério da Indústria que incentivos sejam maiores para tecnologias veiculares mais limpas

Bruno de Oliveira

Bruno de Oliveira

GWM propôs ao ministério da Indústria que incentivos sejam maiores para tecnologias veiculares mais limpas

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A segunda fase do Rota 2030, que está sendo chamada em Brasília (DF) de Mobilidade Verde, deverá incentivar mais os projetos veiculares que tiverem como objetivo a redução das emissões por meio de tecnologias limpas, como é o caso daquelas que utilizam etanol em motores híbridos e, até mesmo, o hidrogênio em veículos 100% elétricos.


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Pelo menos esta é a expectativa da GWM, cujos representantes estiveram na capital federal na quinta-feira, 14, em reunião com Geraldo Alckmin, ministro da Indústria e do Comércio (MDIC) e secretários de outras áreas que participam da construção do texto da segunda fase da política indústrial, como é o caso da secretaria de comércio exterior.

À reportagem da Automotive Business, Ricardo Bastos, que é o diretor de relações institucionais da montadora de origem chinesa, disse que no encontro a empresa apresentou os pontos que considera relevantes para serem parte integrante do Mobilidade Verde. Dentre eles, incentivo via crédito presumido às fabricantes que investirem em pesquisa e desenvolvimento de propulsão limpa.

“A variação do crédito por ser de um mínimo de 4% até 13%, conforme a tecnologia envolvida no projeto. Por exemplo, alíquotas menores para projetos de veículos que utilizam etanol e outras maiores conforme sua possibilidade de baixas emissões, como é o caso do hidrogênio, que é o futuro”, contou o executivo logo após o término da reunião com Alckmin e demais interlocutores do MDIC.

Governo ainda debate sobre formato dos incentivos

Bastos não conseguiu precisar sobre qual tributo federal incidirá o benefício do crédito presumido, uma vez que o tema ainda é objeto de debate dentro do ministério. De qualquer forma, a empresa defende que ele tenha incidência sobre o valor que as fabricantes vão desembolsar para realizar o desenvolvimento dessas tecnologias.

Este tipo de incentivo é similar ao acessado pela Stellantis por meio do regime automotivo do Nordeste. No caso, a montadora acumula um porcentual de crédito de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) por veículo produzido, com variações balizadas no preço final de venda. No caso da proposta da GWM para o Mobilidade Verde, a incidência ocorre no valor investido pela montadora em pesquisa de tecnologias verdes.

“Se o país quer se posicionar como um produtor de veículos mais limpos, o incentivo a pesquisa e ao desenvolvimento é fundamental pois vai ajudar a financiar um momento novo da indústria nacional. E nesta nova fase da política industrial, ele teria um peso maior do que o oferecido na primeira fase do Rota 2030”, explicou Bastos.

Outras montadoras serão ouvidas pelo MDIC nas próximas semanas, cada uma com uma lista de sugestões a respeito de como deveria ser o texto da nova fase da política industrial. Segundo Bastos, a tendência é de que, independente da estratégia de cada uma, todas devem falar a mesma língua a respeito de quais tipos de tecnologias veiculares devem ser incentivadas pelo Estado.


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Outros pontos sugeridos pela indústria seriam, segundo o executivo, a contemplação de veículos de outros segmentos no Mobilidade Verde, como máquina agrícolas, veículos fora de estrada, motocicletas e até bicicletas.

A respeito de quando será feita a divulgação do texto final da política industrial que vai reger o setor automotivo a partir do ano que vem, Bastos disse que a expectativa é de que aconteça entre setembro e outubro. Por envolver decisões de outros ministérios, como Minas e Energia, a Anfavea espera que a divulgação ocorra mais tarde, em novembro, segundo fontes da entidade consultadas pela reportagem.