Imposto de importação gradual para elétricos é caminho certo

Quem só deseja importar nunca deveria ter o mesmo tratamento de quem produz ou vai produzir

Fernando Calmon

Fernando Calmon

Quem só deseja importar nunca deveria ter o mesmo tratamento de quem produz ou vai produzir

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Depois de amplos debates que se iniciaram há um mês, veículos elétricos e híbridos passarão a recolher imposto de importação (I.I.). Eram isentos desde 2015 e o processo será gradual.

Elétricos começam com 10% em janeiro de 2024 e 18% em julho do mesmo ano. Um ano depois, 25% em julho de 2025 e alíquota normal de 35% em julho de 2026. Para híbridos plugáveis o esquema muda um pouco: 12% em janeiro de 2024, 20% em julho de 2024, 28% em julho de 2025 e 35% em julho de 2026. Por fim para híbridos outra escala: 12%; 25%, 30% e 35% nas mesmas datas.

Haverá cotas para importar sem imposto, porém os critérios e a sua duração ainda são motivos de dúvidas sobre o seu real impacto, pois estarão expressadas em dólares. Também falta a divisão entre importadores ou que se comprometerem a produzir aqui e fabricantes locais.


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Esse tal de “comprometimento” já se mostrou falho em outras políticas de incentivo. Precisa de fiscalização séria, além da exigência de primeiro produzir e depois receber o incentivo.

Em princípio, trata-se de um regramento interessante. Quem só deseja importar nunca deveria ter o mesmo tratamento de quem produz ou vai produzir. Aliás, é pura ilusão se achar que a fabricação local se trata de decisão altruísta.

Se o imposto de importação continuasse zerado, produzir no Brasil ficaria sem sentido econômico e industrial, salvo se a demanda explodisse. Então, de pouco adianta defender uma posição como esperar até que os elétricos ocupem, por exemplo, 5% do mercado (hoje, 0,6%) para só então aplicar o I.I. 

A questão de cotas isentas é nebulosa, já que estas não existem para qualquer veículo a combustão. Aqui, nenhuma intenção contra importadores e sim, apenas de lógica pura e simples.

O Brasil precisa sim estimular a produção de elétricos, porém antes equacionar a fabricação de baterias e eventualmente motores. Não apenas processar insumos como lítio, além de outros metais, exportar para China e receber de volta a bateria pronta que representa até 40% dos custos de produção com imposto de importação zerado.

Sem esquecer de que o país tem alternativas viáveis como híbridos flex desenvolvidos e produzidos localmente, além de, em um segundo momento, poderem ser plugáveis. Chavão antigo, mas ainda aplicável do inesquecível jurista Ruy Barbosa: “Pressa é a inimiga da perfeição”.

Silverado estreia com bons recursos e versão única

Picape grande Chevrolet apresenta dimensões impressionantes – entre elas, comprimento de quase 6 metros e distância entre eixos de nada menos que 3,72 m – além de um visual externo moderno com destaque para a parte dianteira. Os espelhos retrovisores têm tamanho exagerado. Podem dificultar achar uma vaga, receber esbarrão de motociclistas e vibrar demais, contudo a fábrica alega que são necessários por permitir reboques de maiores dimensões.

A tampa da caçamba de 1.781 litros (esta a maior do segmento, que inclui Ford F-150 e Ram 1500) tem fechamento e abertura elétricos por comando remoto. Também há controle elétrico dos estribos laterais que abrem em dois níveis e permitem examinar melhor a caçamba.

Os dois bancos dianteiros de couro têm controles elétricos, ventilação e aquecimento. Tela multimídia de 13,4 polegadas é maior do segmento e formato horizontal de melhor visualização do que as verticais.

Um avanço da Silverado é o sistema operacional Google Built In, que dá acesso a todos os produtos desta plataforma via Wi-Fi nativo, inclusive atualizações remotas. Mas o acesso precisa ser pago após 12 meses de gratuidade, o que também ocorre com o sistema de concierge OnStar.

Motor V8 a gasolina, de 5,3 litros e aspiração natural, 360 cv e 52,9 kgfm. Neste quesito a Silverado perde para as rivais diretas, como os 405 cv da Ford e 400 cv, da Ram. Acelera de 0 a 100 km/h em 7,4 segundos, contra 7,1 s da F-150 e 6,4 s, da 1500.

Câmbio automático epicíclico de 10 marchas, o mesmo usado pela Ford, mas o sistema de tração 4×4 com reduzida e pacote off-road é específico, incluindo proteção extra para motor e câmbio. Apesar de ter capô, portas e tampa traseira de alumínio, a massa total atinge o elevado valor de 2.505 kg. Tanque de 91 litros proporciona alcance de 665 km.

Há uma única versão disponível por R$ 519.990.

ZF avança em sistemas de câmera, radar e lidar

A empresa alemã, com filial no Brasil desde 1958, desenvolveu no exterior produtos de alta eficiência dentro do conceito ADAS (sigla em inglês para Sistemas Avançados de Assistência ao Motorista). Estes, entre outros, incluem câmera de alta resolução, radar e lidar (feixes de laser de alta precisão para medir distâncias), objetivando uma direção bem mais segura.

Em conjunto conseguem acompanhar faixas desbotadas ou parcialmente interrompidas no asfalto e identificar pedestres, ciclistas, motociclistas e qualquer outro tipo de obstáculo fixo ou móvel. Com isso, o sistema programa alertas e freadas autônomas de emergência.

Em razão das futuras exigências de segurança ativa que serão obrigatórias em 2026 e 2027 no Brasil, a companhia se prepara para fabricar câmeras em Limeira (SP) e, possivelmente, também radares. A filial brasileira ainda não se comprometeu com uma data fixa para início da produção. Deve ocorrer em “futuro breve”, declarou nesta semana o gerente sênior de Engenharia e Operações da ZF América do Sul, Plínio Casante.

Por outro lado, a empresa apela para que motoristas não desliguem os sistemas ADAS. Esse comportamento foi detectado nas pesquisas em vários países.

Porsche Cayenne S e seu empolgante motor V8

Uma trajetória, desde seu lançamento em 2002, que ajudou muito a fortalecer a marca e serviu de exemplo para outros fabricantes de carros esporte e de luxo. Assim se resume o sucesso do SUV Cayenne, que na versão “S” avaliada custa a partir de R$ 810 mil.

Trata-se de um modelo de interior espaçoso (2,98 metros de entre-eixos), acabamento interno exemplar, sistema multimídia com tela tátil de 12,3 polegadas e fácil pareamento sem fio com celulares Android e Apple, um enorme porta-malas de 772 litros e estilo com o toque esportivo da marca sem exageros. É possível escolher rodas de até 22″ de diâmetro que acentuam o seu comportamento em curvas acima da média no segmento.

Além da ótima precisão de direção e a capacidade de frenagem dentro do padrão superior exigido por qualquer Porsche, o maior destaque continua a ser o motor V8. O Cayenne é um carro de massa total elevada – 2.160 kg –, o que sempre exige cuidados para conduzi-lo com segurança em razão da largura de 1,98 m, comprimento de 4,93 m e altura de 1,69 m.

As suspensões usam molas pneumáticas e a distância livre do solo pode variar entre 23,8 cm e 1,93 cm, muito conveniente para quem, por mero acaso, decidir colocá-lo à prova no fora de estrada.

Ao dirigir ninguém fica indiferente ao som gutural e borbulhante do V8, 4 litros, biturbo, 474 cv e 61,2 kgfm. São 134 cv a mais que o anterior V6. Acelera de 0 a 100 km/h em admiráveis 4,7 segundos.

Ressalva. Preço do Hyundai Kona, na coluna anterior. Atualmente, R$ 189.990, exatos R$ 100.000 abaixo do valor anunciado no lançamento. Um corte incomum de 34,5% sobre os originais R$ 289.990.


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*Este texto traz a opinião do autor e não reflete, necessariamente, o posicionamento editorial de Automotive Business